Preço das matérias-primas agrícolas, que afetam itens industrializados, caíram no trimestre, ao contrário dos in natura
É generalizada a tendência de alta da inflação ao consumidor, sugerem os índices de preços da Fundação Getulio Vargas. Em março, sete em cada dez (71%) produtos ou serviços pesquisados pela FGV ficaram mais caros; em fevereiro, eram dois em três (66%). “Estamos longe de uma inflação exclusiva dos alimentos. Serviços e outros preços também sobem. Esse índice de difusão traduz um processo inflacionário autêntico, que é quando muitos itens ficam mais caros”, diz Salomão Quadros, economista da FGV. Preocupação da hora, os alimentos parecem estar a caminho de uma trégua. É que a escalada de preços dos produtos in natura contrasta com a queda das matérias-primas agrícolas, base dos alimentos industrializados. Enquanto o tomate subiu 109% no atacado no 1º trimestre, a soja (base de rações de aves e suínos) caiu 23%. A batata ficou 46% mais cara, mas o arroz caiu 13%, e o milho, 10%. O trigo (do pão e das massas) subiu 4% no trimestre, após cair 2% em março. Como a redução dos preços se intensificou no fim do trimestre, os efeitos devem chegar ao varejo a partir de abril.
-6,88% NAS MATÉRIAS-PRIMAS
Os agrícolas que são a base dos alimentos industrializados caíram de preço no atacado no 1º trimestre, diz a FGV. Já os produtos in natura dispararam 26,94%.
Veículo: O Globo - RJ