Entretanto, intenção de compra se mantém em 40% desde janeiro, o que gera estabilidade ao setor, segundo o IPDC
Mesmo com a aproximação do Dia das Mães, data em que a atividade do comércio costuma registrar bons índices, 55% dos consumidores de Fortaleza não pretendem ir às compras em abril. O índice é um pouco menor do que o registrado no mês passado, quando 56,6% dos fortalezenses não demonstravam interesse em comprar. As informações são da Pesquisa de Confiança e Intenção de Compra do Consumidor de Fortaleza, divulgada ontem pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC-CE).
Na avaliação do economista Alex Araújo, apesar de mais da metade dos fortalezenses afirmarem que não irão às compras neste mês, é importante destacar a estabilidade da intenção de consumo neste ano. Conforme o IPDC-CE, desde janeiro, nenhum mês apresentou índice inferior a 40%. "O resultado dos primeiros quatro meses foi surpreendente, ainda mais se comparado ao do ano passado. Para se ter uma ideia, somente em abril, houve uma alta de 11,6% ante o mesmo mês de 2012", comenta. "Isso eleva as expectativas para o desempenho do comércio no decorrer do ano".
Alex afirma que os indicadores apontam para um consumidor mais antenado às promoções e ao uso do crédito. "Diferentemente do que houve em 2012, quando o fortalezense esteve muito reticente, 2013 tem se mostrado promissor", diz.
Itens mais desejados
De acordo com o IPDC-CE, o produto mais desejado pelo fortalezense em abril é o televisor, principalmente por conta da proximidade da Copa das Confederações, que acontece em junho. O aparelho foi citado por 18,4% dos entrevistados e foi seguido pelo setor de vestuário (13,2%), móveis (12,3%) e o computador, que teve índice de 10,8%.
"Acredito que o setor de eletroeletrônicos ainda terá um impacto muito grande neste ano, pois está recebendo alguns incentivos do governo e não para de crescer", opina Araújo.
Apesar de ter ficado na sétimo colocação entre os produtos almejados pelos consumidores neste mês, o setor de veículos é citado por Alex Araújo como um dos mais impactantes no comércio. "O custo é alto e isso gera uma participação maior".
ICC em baixa
Outro dado da pesquisa que surpreendeu foi o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) para abril, tendo em vista que o mesmo apresentou o menor valor dos últimos 13 meses (138,2 pontos), mesmo com a estabilidade na intenção de compra.
"O ICC foi totalmente inesperado e causou até uma certa estranheza. Isso porque o que puxou o resultado foi a baixa confiança no mercado de trabalho, apesar de não existir nenhuma indicação de que estejamos tendo demissões", ressalta Araújo.
O ICC é uma medida sintética de indicadores da percepção do consumidor quanto a sua situação econômica, funcionando, portanto, como um indicador do potencial de consumo.
Expectativa
A maioria dos consumidores entrevistados pelo IPDC em abril (76,5%) consideram o momento atual ótimo ou bom para a compra de bens duráveis. Dentre os que demonstraram maior disposição para consumo, destacam-se os consumidores do gênero masculino (81,%), do grupo com idade entre 25 e 34 anos (78,2%) e com renda familiar entre cinco e dez salários mínimos (84,7%).
A pesquisa revela que 87,5% dos consumidores de Fortaleza consideram que sua situação financeira atual está melhor ou muito melhor do que há um ano.
Veículo: Diário do Nordeste