Vendas crescem no varejo mineiro

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Resultado do Estado, alta de 0,3%, foi superior à média nacional que registrou queda de 0,4% no período .

A comercialização do varejo em Minas Gerais cresceu 0,3% em fevereiro frente a janeiro, na série com ajuste sazonal, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do Estado foi superior à média nacional, que registrou queda de 0,4% na mesma base de comparação.

A variação positiva no volume de vendas em Minas Gerais, embora discreta, ocorreu em apenas outras oito Unidades da Federação, enquanto as demais - das 27 avaliadas - tiveram variação negativa. Dos Estados que tiveram taxas positivas, além de Minas Gerais, destacaram-se Rondônia (1,7%), Amapá (1,5%) e Piauí (1,3%), Rio de Janeiro (1,0%) e Rio Grande do Sul (0,1%).

Na comparação entre fevereiro de 2013 e o mesmo mês do ano anterior, houve queda de 2,2% no comércio mineiro enquanto no Brasil observou-se uma redução de 0,3%. Quando avaliado o desempenho do setor no primeiro bimestre deste exercício, houve alta de 0,7% no nível de comercialização em Minas, enquanto em âmbito nacional observou-se um crescimento de 2,9%. Já no que se refere aos últimos 12 meses, os crescimentos do índice foram de 5,7% no Estado e de 7,4% no país.

Setores - Na análise mensal, dos oito segmentos avaliados, cinco registraram decréscimo nas vendas no Estado. O de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação, por exemplo, apresentou o recuo mais expressivo, contabilizando queda de 11,9% em fevereiro deste ano contra o mesmo período de 2012.

Também apresentaram resultados negativos neste tipo de comparação os grupos de livros, jornais, revistas e papelaria (-7%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-6%); tecidos, vestuário e calçados (-2,2%); e combustíveis e lubrificantes (0,1%).

Já os resultados positivos na comparação mensal foram observados junto aos setores de outros artigos de uso pessoal e doméstico (13,4%); móveis e eletrodomésticos (6%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,4%).

Quando levado em consideração as vendas efetuadas no acumulado dos dois primeiros meses de 2013, a análise setorial apresentou cinco categorias com resultados positivos e três com retração. Os crescimentos foram observados nas seguintes categorias: outros artigos de uso pessoal e doméstico (23,1%); móveis e eletrodomésticos (6,9%); e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,5%).

Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação apresentou a queda mais expressiva no primeiro bimestre deste ano frente a igual período do ano anterior, neste caso de 17,3%. Logo em seguida apareceu livros, jornais, revistas e papelaria (-4,5%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,3%); e tecidos, vestuário e calçados (-0,8%).

Varejo ampliado
- No diagnóstico do comércio varejista ampliado, que conta com todos os setores pesquisados incluindo veículos, motocicletas, partes e peças, além de material de construção, os resultados foram todos positivos no Estado e sempre acima da média nacional, exceto na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em fevereiro, a alta foi de 1,2% em Minas Gerais e de -0,3% no Brasil.

Já no primeiro bimestre do exercício, os aumentos foram de 4,2% e 3,3%, respectivamente, enquanto que nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 7,8% no Estado e de 5,7% na média brasileira.

Em fevereiro ante o mesmo mês de 2012, o segmento de veículos, motocicletas, partes e peças apresentou incremento de 3,2% no Estado, enquanto apresentou alta de 3,4% no país. De janeiro a fevereiro deste ano frente ao mesmo intervalo do exercício anterior, as altas foram de 5,7% e 7,1%, respectivamente. No acumulado dos últimos 12 meses, os resultados também foram de expansão, 8,4% em Minas e 5,7% no país.

Já no que se refere à comercialização de material de construção, houve incremento de 44% em fevereiro em relação ao mesmo mês do exercício anterior em Minas e recuo de 0,5% no Brasil. Nos primeiros dois meses do ano em relação a igual período de 2012, os crescimentos foram de 7,8% iguais tanto para o Estado quanto para o país. Já nos últimos 12 meses os aumentos registrados foram de 7,4% no varejo mineiro e 6,1% no nacional.



Micro e pequenas estão mais otimistas

Embora maior, índice de confiança ainda não alcançou números do fim de 2012 .

O segundo trimestre de 2013 elevou a confiança das micro e pequenas empresas (MPE) de Minas Gerais. Nos primeiros três meses do ano, o Índice de Expectativa (IE) - indicador que mede o nível de confiança dos empresários em relação ao futuro do negócio - das MPEs do Estado estava em 53,9 pontos, mas para abril, maio e junho ele atingiu 55 pontos, segundo pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio a Micro e Pequena Empresa (Sebrae). Embora ele tenha aumentado, não alcançou ainda os patamares do quarto trimestre de 2012 (56,1 pontos), nem do terceiro (55,7).

Na análise do Sebrae, o aumento do otimismo está muito relacionado à proximidade do Dia das Mães, a segunda melhor data dos ano para o comércio varejista. Mas a melhora do IE pode estar relacionada também à retomada do poder de compra dos consumidores, já que os três primeiros meses do ano são marcados pela menor disponibilidade de recursos das famílias, sobrecarregadas com o pagamento de impostos, despesas com férias e volta às aulas.

De acordo com a pesquisa, 68,8% dos entrevistados acreditam que haverá melhoras em seus negócios a partir de abril, até junho. O otimismo cresceu mais nos setores de serviços e comércio. No primeiro caso, o índice chegou a 55,4 pontos, contra 55,1 do primeiro trimestre. No comércio ele aumentou mais, passou de 52,5 pontos para 55,1 pontos. Vale ressaltar que indicadores acima de 50 pontos apontam otimismo. Na indústria, embora o IE tenha alcançado 55,3 pontos, a variação foi menor em relação aos primeiros três meses do ano, quando ele estava em 53,6. Na construção civil não houve variação, o índice permaneceu em 54,3.

A previsão para o trimestre é de crescimento do ramo de atividade, aumento do faturamento e da utilização da capacidade instalada, enquanto a quantidade de funcionários e os investimentos em infraestrutura, máquinas e equipamentos não devem sofrer alterações. O setor de serviços é o que tem maior expectativa de elevação do faturamento e dos custos operacional e financeiro da empresa. Já o Comércio prevê manutenção da utilização da capacidade instalada, dos investimentos em infraestrutura, máquinas e equipamentos e da quantidade de funcionários.

Regiões - Levando-se em conta as diversas regiões de Minas, os mais confiantes são os micro e pequenos empresários do Sul e dos vales do Jequitinhonha e Mucuri, cujo IE foi de 56,3 pontos. Os menos otimistas são os empreendedores da Zona da Mata, com Índice de Expectativa de 54,3. Mas de maneira geral todos estão demonstrando confiança e apostando em dias melhores para seus negócios. Nas outras regiões do Estado o IE foi o seguinte: Centro (55,6), Noroeste (55,4), Norte (55,6), Rio Doce (54,7) e Triângulo (54,4).

Outro aspecto abordado na pesquisa do Sebrae foi a relação das micro e pequenas empresas mineiras com os fornecedores e empresas concorrentes. O estudo mostrou que 51,5% dos entrevistados nunca realizam parcerias com os concorrentes. Entre os motivos apontados estão a falta de interesse no relacionamento com os concorrentes (37,9%) e o desconhecimento de formas para realização de parcerias (19,3%).  do comércio a maior parcela de estabelecimentos que nunca fizeram vendas conjuntas. Quanto às compras, o setor de serviços possui 84% de empresas que nunca as realizaram conjuntamente.


Comércio espera faturar até R$ 2,22 bi


Projeção é de crescimento entre 4,5% e 6% .

A inflação é um ponto de preocupação para o comércio varejista de Belo Horizonte, mas não vai comprometer as vendas para o Dia das Mães. Ao contrário. Para o próximo mês de maio, a Câmara de Diretores Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH) projeta um crescimento entre 4,5% e 6% em relação ao ano passado. A expectativa é de faturamento entre R$ 2,18 bilhões e R$ 2,22 bilhões no setor de comércio e serviços.

Entre os motivos para a projeção positiva, o presidente da CDL-BH, Bruno Falci, destaca a tendência de crescimento do setor de comércio e serviços que, em Belo Horizonte, é responsável por 85% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2005, por exemplo, no mês em que se comemora o Dia das Mães, o faturamento foi de R$ 1,5 bilhão, o que significou um aumento de 17,4% em relação ao ano anterior.

Essa curva se manteve ascendente em todos os meses de maio, embora com menores variações. Em 2010, o setor faturou R$ 1,92 bilhão. Em 2011, chegou a R$ 1,99 bilhão. E em 2012, alcançou R$ 20,9 bilhões, o que representou aumento de 5,1% em relação ao mês do Dia das Mães do ano anterior.

Motivos - Outro fator que tem impactado positivamente o setor são os altos índices de emprego e renda, além da ampliação do acesso ao crédito. E com a redução da inadimplência, que atinge o pico no primeiro trimestre do ano em virtude do pagamento de impostos e gastos extras com escola e férias, a expectativa de Falci é de que o atual nível de consumo se mantenha.

Na avaliação do dirigente, embora economistas apontem para a fragilidade da política econômica brasileira, tendo como um de seus principais pontos fracos o aumento da inflação, ele acredita que os indicadores de emprego e renda mantém a confiança do consumidor. "A primeira preocupação costuma ser com a redução da contratação de prestadores de serviços. Depois, vem a demissão desses profissionais. E como nada disso tem acontecido, o consumidor continua respondendo bem", pondera.

Para Falci, uma inflação como a atual, com variação entre 4% e 6% ao ano, não é tão percebida pelo consumidor, que consegue administrá-la. "Mas, no decorrer, torna-se um malefício", adverte, referindo-se a um passado não tão remoto em que o salário perdia o seu valor na metade do mês. Sua expectativa é de que até maio a inflação já tenha cedido, considerando que a pressão geralmente é mais forte no primeiro trimestre do ano, tendo em vista problemas de produção no setor alimentícios, como ocorreu recentemente com o tomate.

"Até maio o governo federal deve adotar ações proativas e competentes para não deixar a inflação fluir", acredita Falci. Ele observa que algumas medidas têm sido tomadas para "não deixar cair o volume de vendas e a margem de arrecadação de impostos", a exemplo da continuidade da desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos com baixa cilindrada.

No entanto, critica, "é vergonhosa a atitude do governo federal, que deixou para o último segundo o anúncio da manutenção dessa desoneração. Não achei a continuidade ruim, mas sim a péssima comunicação, que indica a total falta de controle do governo federal na economia". Em sua avaliação, as desonerações deveriam ser feitas a médio prazo. "Tem imposto demais e muita arrecadação. O governo pode abrir mão disso", indica.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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