Dia das Mães não empolga consumidor

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A expectativa de aumento das vendas no Dia das Mães, considerada a segunda data mais lucrativa para o comércio, ficando atrás somente do Natal, é de 4%, a pior dos últimos três anos, segundo a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Os analistas observam que não há mais espaço para dívidas no orçamento do brasileiro, que vem sendo corroído pela disparada da inflação e pela inadimplência elevada.

“Haverá, sim, um crescimento no comércio, mas não tão forte, uma vez que todos os índices de confiança do consumidor estão em patamares relativamente baixos. Além disso, o nível de endividamento do brasileiro inibe o poder de compra por meio do crédito”, disse o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior.

Um fator que poderá contribuir para tornar o cenário menos nebuloso para o comércio, segundo alguns analistas, é que muitos consumidores estão procurando regularizar suas dívidas. No primeiro trimestre, segundo a Serasa Experian, 7,2 milhões de pessoas saíram da lista de inadimplentes. O número aumentou 4,5% em relação a igual período do ano passado e foi o maior para o período desde 2006, quando o indicador foi criado.

O levantamento revelou que cada consumidor regularizou de três a quatro dívidas, de janeiro a março, para sair da situação de calote. “Ainda que o poder de compra esteja restrito, o brasileiro demonstra mais consciência com relação a aquisições parceladas. Acredito que os índices de inadimplência devem começar a perder força nos próximos meses”, afirmou o economista da Serasa Carlos Henrique de Almeida.

Expectativa maior nos shoppings

Segundo levantamento feito pela Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), o Dia das Mães deve elevar as vendas do segmento em 9% na comparação com o ano passado. A previsão, mais otimista do que a de outros ramos do varejo, leva em conta que esses estabelecimentos oferecem atrativos diferenciados aos consumidores. “A data movimenta não só o mercado de presentes, mas os vários serviços, como áreas de lazer, refeição, e outras conveniências à disposição dos frequentadores”, comenta, em nota, Adriana Colloca, superintendente da entidade.


Segundo Almeida, a expansão das renegociações de dívidas, os juros reduzidos, a taxa de desemprego baixa, a evolução da renda e o menor ritmo de crescimento do endividamento no ano passado, com decréscimo gradual do comprometimento da renda com prestações, ajudaram muitos consumidores a regularizar pendências financeiras.



Veículo: Diário de Pernambuco


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