BC admite ação tempestiva e reafirma controle inflacionário

Leia em 2min 40s

Depois de atingir picos no primeiro trimestre, a inflação começou a desacelerar e tende a continuar a cair nos próximos meses, disse ontem o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Em audiência pública na Câmara dos Deputados, ele assegurou que os preços estão sob controle e que não há risco de o índice oficial fechar o ano acima do teto da meta, de 6,5%.

De acordo com Tombini, o principal fator que manteve a inflação elevada no início de 2013 foi o choque nos preços dos alimentos, que dependem de fatores externos, não ligados à política monetária. Segundo ele, o início do ciclo de aumento da taxa básica de juros (Selic) e o alívio nas pressões dos preços de determinados alimentos impedirão que a inflação fuja do controle.

"O Banco Central tem se esforçado para colocar inflação em declínio a partir do segundo trimestre. Nos próximos três meses, inflação será menor que no começo do ano. No início do segundo semestre, a inflação acumulada em 12 meses começará a ficar abaixo do teto da meta", declarou.

Além do aumento dos juros, Tombini ressaltou que continuará a fazer declarações à imprensa e ao mercado para reforçar o compromisso da autoridade monetária com o controle da inflação. "A comunicação é parte importante na consecução da política monetária. As informações repassadas pelo Banco Central contribuem para as decisões dos agentes econômicos", declarou.

Para Tombini, o novo ciclo de aumento na taxa Selic não interferirá no crescimento da economia em 2013. "O que o Banco Central está fazendo é compatível com a recuperação gradual da economia. O combate à inflação fortalece a confiança na economia, ao mesmo tempo em que protege a renda do trabalhador", destacou. Ele manteve a projeção de que o Produto Interno Bruto (PIB), soma de tudo o que o país produz, crescerá 3,1% neste ano.

De acordo com Tombini, estas projeções indicam sustentabilidade no processo de recuperação da produção brasileira. Ele destacou, em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso, o crescimento da produção industrial nos últimos meses e que deve ir na mesma direção no segundo trimestre de 2013.

Ele negou ainda que o Banco Central esteja trabalhando para que a inflação fique próxima do teto da meta. Tombini reafirmou que a autoridade monetária mira o centro da meta de inflação, que é de 4,5% com tolerância de dois pontos percentuais.

De acordo com o presidente do BC, o fato de a inflação ter fechado os últimos anos acima do centro da meta decorre de choques nos preços de alimentos e commodities (bens primários com cotação no mercado internacional). "Não abandonamos o centro da meta. O Banco Central não persegue o teto. O objetivo é o centro da meta, mas o que existe é acomodação de choques", declarou.

Com relação ao câmbio, Tombini comentou que a taxa "se moveu" do começo de 2012 para cá e que não há indicações para onde vai. No entanto, na análise do presidente da instituição, o que interessa para competição é o câmbio real e não o nominal, que pode ser neutralizado pela inflação.



Veículo: DCI


Veja também

Grande oferta faz alimentos começarem a dar sinais de queda

No Ceará, dois produtos importantes na mesa do nordestino tiveram redução: o feijão de corda...

Veja mais
Preço do etanol deve voltar a ser competitivo

Volume da safra e isenção tributária derrubam preço no campo. Se postos mantiverem a margem,...

Veja mais
Economia fraca derruba carga tributária

A carga tributária está em queda. Mas, em vez de ser uma boa notícia para os contribuintes, de que ...

Veja mais
Mercado prevê que BC subirá ritmo de juros contra inflação

Tom mais enfático de Alexandre Tombini e ampliação de gastos do governo indicam alta mais forte da ...

Veja mais
Sem fôlego para crescer, PIB do Brasil pode avançar só 2,8%

Gargalos em emprego e infraestrutura limitam a capacidade do paísRIO, BRASÍLIA e SÃO PAULO – ...

Veja mais
Novas normas dão aos bancos folga de capital

Os bancos brasileiros estão com maior folga de recursos próprios segundo as regras de exigência de c...

Veja mais
Barreiras comerciais são grande desafio a embarque de alimentos

O grande desafio para as vendas aos asiáticos ainda é vencer barreiras não tarifárias a prod...

Veja mais
Inflação pesa nos custos e reduz lucro no trimestre

A safra de balanços do começo do ano deixou claro por que a inflação tem tirado o sono dos e...

Veja mais
Consumo nos emergentes sinaliza perda de fôlego

Os gastos com consumo privado nos mercados emergentes apresentaram uma diminuição de ritmo nos primeiros m...

Veja mais