Comércio deixou de faturar R$ 75 mi

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Manifestações afetaram vendas.

O comércio de Belo Horizonte deixou de faturar cerca de R$ 75 milhões durante a realização da Copa das Confederações, no mês passado, em virtude das manifestações ocorridas na cidade. A estimativa é da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), que entrevistou lojistas das regiões Central, Savassi e Pampulha - avenida Antônio Carlos -, com o intuito de verificar o real impacto dos recentes acontecimentos na capital mineira.

"Antes do início da Copa das Confederações havia um sentimento de otimismo por parte dos empresários e a expectativa de faturar mais com a presença de turistas em Belo Horizonte. Porém, só houve frustração, uma vez que ocorreram inúmeras manifestações, que culminaram com prejuízos para diversos setores da economia", explica o economista da Fecomércio e coordenador da Pesquisa de Opinião do Comércio Varejista - Impacto das Manifestações em Belo Horizonte, Gabriel de Andrade Ivo.

O levantamento revelou que para 95,3% dos lojistas entrevistados, as manifestações prejudicaram o comércio varejista em geral. Quando questionados se o seu estabelecimento havia sido prejudicado, 79,3% afirmaram que sim. A pesquisa mostrou ainda que para 82,5% dos empresários consultados, as manifestações atingiram seus negócios por meio da diminuição nas vendas, seguido do clima de insegurança (7,1%) e do atraso de funcionários (5,8%).

Boa parte dos entrevistados (41,1%) estima ter perdido entre 20% e 50% das vendas, outros 24,7% são mais pessimistas e apostam em prejuízos de mais de 50%. Já 23,7% dos empresários dizem ter vendido de 10% a 20% a menos e 10,5% até 10%.


Impacto - Ivo destaca que 83% dos empresários não tomaram nenhuma medida para minimizar o impacto negativo nos níveis de comercialização, enquanto 9,9% disseram que pretendem adotar ações de promoção ou liquidação e 5,5% darão descontos para melhorar a situação das vendas em suas lojas.

"Ainda assim, a maioria acredita que as manifestações trarão efeitos positivos para a cidade", ressalta o economista, se referindo ao fato de 69% dos entrevistados pela Fecomércio terem afirmado isso.

Além disso, 84% acham que após as manifestações ocorrerá aumento nas vendas. "As respostas levaram em consideração o fim dos movimentos em 30 de junho. Se a concentração dos belo-horizontinos se alongar ainda durante o mês de julho, as perdas poderão ser ainda maiores", completa. Dos 84%, 38,6% apostam em aumento entre 20% e 50%, seguido dos que esperam um aumento de 10% a 20% das vendas.

As manifestações em Belo Horizonte, assim como em várias outras cidades de Minas Gerais e do país, ocorreram na última quinzena de junho, concomitantemente aos jogos da Copa das Confederações. A principal reivindicação dos manifestantes dizia respeito à redução dos valores das passagens de ônibus e depois foi ampliada para outras questões de cunho político, social e econômico.

Embora a competição tenha chegado ao fim no último domingo, juntamente com o enfraquecimento das manifestações na maior parte do país, na capital mineira ainda há movimento em prol da redução dos preços pagos pelos usuários do transporte coletivo da cidade, que até o momento teve corte de 10 centavos, passando de R$ 2,80 para R$ 2,70.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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