Grande vilão da inflação de 2007 e 2008, os preços de alimentação e bebidas tendem a subir menos neste ano. Segundo projeções de analistas de mercado, o grupo, que fechou com alta de 11,1% no ano passado, devem registrar elevação de cerca de 4% a 5,7% em 2009 em cenário de queda de preços das commodities. Por outro lado, a expectativa é que serviços e preços administrados registrem taxas elevadas .
A alta de alimentos deve ficar em torno de 4% neste ano, segundo o economista da Rosenberg & Associados Francis H. Kinder. Os principais fatores de pressão para inflação neste ano são os administrados, que deve acelerar de 3,27% em 2008 para 5,5%, e serviços, cuja taxa tende a recuar, mas se manter em patamar elevado, passando de 6,3% para 5%. "A pressão deve se concentrar em serviços e, principalmente, administrados, devido às taxas de IGPs acima de 9% no acumulado de 12 meses", comenta o analista.
Elson Teles, economista-chefe da Concórdia Corretora, também projeta uma elevação de cerca de 4% para o grupo alimentação e bebidas neste ano. Só essa desaceleração deve trazer um grande alívio para inflação, avalia. "Por outro lado, também há chances de queda nos preços dos combustíveis", afirma o economista.
Nas projeções da corretora para 2009, a redução dos preços dos combustíveis de 10% a 12% nas refinarias e entre 7% e 8% na bomba podem compensar elevações no custo da energia elétrica, segurando a alta dos administrados. Teles prevê um aumento para os administrados de 3,5%, pouco acima dos 3,27% apurados no ano passado.
Na avaliação do economista da Concórdia, o custo de serviços, no entanto, devem permanecer em níveis elevados em 2009 e fechar o ano com alta próxima de 6,4%. Para Teles, itens como empregado doméstico tendem a acompanhar a elevação do salário mínimo, projetada em 12% neste ano pela corretora.
De acordo com Flávio Romão, economista da LCA Consultores, a projeção para o ano é de alta de 5,7% para alimentos e bebidas. O indicador deverá registrar uma redução significativa, apesar de ainda permanecer acima do índice geral, estimado em 4,8% em 2009.
Este recuo deverá ser registrado também em serviços, afirma o economista, mas estes preços ainda se manterão em patamares "salgados". Segundo Romão, esta categoria "é volátil e responde com defasagem às inflexões da atividade econômica", afirma. "Não vai ser uma grande desaceleração", assinala. Segundo Romão, existem fatores que podem pressionar os preços de serviços. Entre estes elementos estão os preços administrados atrelados ao IGP.
Veículo: Gazeta Mercantil