Apesar da redução nas vendas, empresa conseguiu elevar receita em razão do aumento dos preços das bebidas
A queda nas vendas de bebidas e o aumento de custos do produto levaram a Ambev a lucrar menos no segundo trimestre deste ano, na comparação com omesmo período do ano passado. A empresa registrou um lucro líquido de R$ 1,88 bilhão, uma queda de 1,1%.
O lucro líquido veio abaixo da estimativa de analistas, de R$ 2,08 bilhões, recolhidas pela Reuters.
Apesar de ter mostrado queda no volume de vendas de bebidas pelo segundo trimestre consecutivo, com recuo de 1,1%, a Ambev conseguiu elevar a receita líquida em 9,9% no mesmo período, para R$ 7,5 bilhões.
Esse resultado se deve à estratégia da empresa de aumento de preços dos produtos, refletido na expansão de 11,1% na receita líquida por hectolitro.
O retrato foi mais positivo no segmento de cervejas, com boa recuperação ante o primeiro trimestre e recebendo ajuda da Copa das Confederações, apesar dos volumes ainda operarem no campo negativo.
O recuo no volume vendido no Brasil foi de 0,4% entre abril e junho, contra uma queda de 8,2% no primeiro trimestre.
“A pressão do primeiro trimestre sobre a renda disponível começou a se atenuar”, afirmou a Ambev no balanço. “Ainda há muito a ser feito, mas acreditamos que nossa decisão de reagir rapidamente e ajustar os planos para o ano direcionando nosso foco para nossa estratégia de embalagens está começando a se traduzir em melhores resultados para cerveja no Brasil”, disse.
Custos. A estratégia de elevar preços não foi suficiente para mitigar os aumentos de custos da Ambev e viabilizar lucros maiores. No segundo trimestre, as despesas com Imposto de Renda avançaram 35%, para R$ 528 milhões, e o resultado financeiro ficou negativo em R$ 268 milhões, alta de 44,3%.
As despesas da Ambev também foram impactadas no período pelos maiores investimentos em vendas e marketing promovidos pela cervejaria durante a Copa das Confederações, evento que teve marcas da empresa como patrocinadoras.
A Ambev também citou como um revés do trimestre os gastos maiores com hedge diante da desvalorização do real contra o dólar. Esse seria, segundo a companhia, o principal fator adverso para o aumento dos custos, que subiram 12,7% no trimestre encerrado em junho.
Veículo: O Estado de S. Paulo