Comércio mantém juros e prazos de financiamento

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Levantamento da empresa de inteligência de mercado Shopping Brasil entre os dias 15 de dezembro do ano passado e 11 de janeiro de 2009 mostra que, apesar da crise financeira, o varejo brasileiro de "linha dura" não teve alteração significativa tanto nos juros do crediário quanto nos prazos praticados. A análise monitorou dados em tablóides, jornais e revistas de mais de 300 redes em todo o País, referentes a ofertas de eletrônicos, eletrodomésticos, portáteis, informática e telefonia.

 

"Se esperava uma alteração pelo impacto emocional da crise no mercado. Mas na prática os juros não sofreram nenhum aumento significativo. Pelo contrário, já estiveram até mais altos", afirma a gerente de Negócios da Shopping Brasil, Renata Gonzalez.

 

Conforme o levantamento, a taxa de juros média na primeira semana pesquisada, de 15 a 19 de dezembro, foi de 4,93%. Subiu para 4,99% na semana seguinte, para 5,65% na posterior, mas já caiu para 5,44% entre os dias 5 e 11 deste mês.

 

No caso dos prazos, o período médio verificado na primeira semana foi de 181 dias, de 183 dias nas duas semanas seguintes e de 189 na última. Para a Shopping Brasil, não chega a representar uma alteração significativa, já que se esperava o varejo apelando para prazos ainda maiores para manter a idéia de uma prestação que se encaixe na renda mensal do consumidor devido ao previsto aumento dos juros.

 

Segundo Renata, as redes estão trabalhando em sentidos diferentes em relação aos juros. Algumas empresas elevaram as taxas, outras mantiveram e outras ainda promoveram cortes.

 

O levantamento constatou que a maior parte dos hipermercados, particularmente, está trabalhando com juro zero. A estratégia desencontrada, na avaliação da executiva, é um sinal de que o varejo ainda não conseguiu avaliar as formas de impacto da crise nos negócios. "Já os supermercados têm cartões próprios e parcerias com bancos, o que faz com que possam dar mais benefícios. E como eles têm uma oferta maior de produtos, ganham no mix", diz Renata, lembrando que quando um consumidor vai a um hipermercado também acaba levando para casa outros itens, como alimentos.

 

Pagamento sem entrada

 

Outro movimento detectado pelo levantamento é o número cada vez maior de ofertas sem entrada. O objetivo seria a assegurar venda antecipada. "Isso é para garantir a venda a longo prazo. Se o salário atual do consumidor já está comprometido, é preciso garantir a venda com o dinheiro do salário dos próximos meses", diz Renata.

 

Na última semana de janeiro pesquisada (referente ao período de 5 a 11), as ofertas sem entrada atingiram 68,3% do total monitorado. Na primeira semana verificada de dezembro, o percentual era de 62,1%.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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