O consumidor paulistano viu os preços praticados pelo comércio varejista subirem 4,75% ao longo de 2008. De acordo com o Índice de Preços no Varejo (IPV), divulgado ontem pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), a alta foi superior ao índice registrado em 2007, quando os preços encerraram o ano com elevação de 4,22%. Em relação a novembro a variação foi negativa (0,04%).
O grupo de Supermercados foi o que mais contribuiu para a elevação do IPV de 2008, acumulando nos 12 meses do ano passado alta de 6,78%. De acordo com a entidade, as pressões mais significativas sofridas pelo setor foram motivadas pela suspensão da exportação de trigo por parte da Argentina e pelas instabilidades climáticas que prejudicaram algumas safras. Em relação ao mês anterior, o grupo teve queda de 0,26% em dezembro.
Em dezembro, em relação ao igual período de 2007, além do desempenho dos segmentos de Supermercados, Vestuário, Tecidos e Calçados (3,96%), Material de Construção (21,7%), Padarias (11,96%) e Açougues (16,46%) contribuíram para a alta, enquanto os de Veículos (-0,22%), Eletrônicos e outros (-10,61%) e CDs (-0,10%) registraram quedas.
As variações mais significativas foram em legumes (26%), as carnes bovinas (14,17%), os derivados da carne (13,51%), os panificados (12,19) e as massas e farinhas (10,26%).
As carnes bovinas e os panificados também foram os principais responsáveis pela elevação dos preços observados nos grupos Açougues (16,46%) e Padarias (11,96%).
De acordo com a pesquisa da Fecomércio-SP, o aumento de preços de 3,96% no segmento Vestuários, Tecidos e Calçados, observado na comparação anual, tem relação direta com o aquecimento da demanda, em razão do crescimento real da massa de rendimentos e com a facilidade na contratação do crédito na maior parte do ano passado.
Apesar da crise, a demanda também foi aquecida do setor imobiliário na maior parte do ano de 2008, o que provocou impacto direto nos preços do segmento de Material de Construção (21,7%).
O crescimento da massa real de rendimentos e a elevação do volume de crédito para habitação foram os principais motivos para pressionar os preços.
Outras atividades que acusaram alta nos preços em dezembro foram: Feiras (4,62%), Floricultura (9,85%), Jornais e Revistas (1,75%), Óticas (4,69%), Material de escritório e outros (3,72%), Drogarias e Perfumarias (5,74%), Brinquedos (1,87%), Relojoarias (10,63%), Livrarias (2,23%), Autopeças e Acessórios (5,06%), Eletrodomésticos (0,23%) e Combustíveis e Lubrificantes (1,20%).
Crise internacional. Por outro lado, a pesquisa apontou queda de 0,22% no grupo Veículos, embora tenha apresentado alta nos valores na maior parte do ano. Para a Fecomercio, a crise financeira internacional impactou o segmento, ocasionando quedas no índice nos últimos três meses de 2008.
O grupo de Eletrônicos registrou queda de preços de 10,61% em dezembro, na comparação com o ano anterior, influenciada pelo câmbio. Apesar da alta da moeda americana nos últimos meses do ano, o setor se beneficiou com sua desvalorização no primeiro semestre.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ