Perdas do setor somam R$ 4,74 bilhões

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Furtos por clientes e funcionários são as principais causas, perdendo apenas para quebras operacionais.


Um prejuízo bilionário, constante e evitável, para o setor supermercadista brasileiro. De acordo com a 13ª Avaliação de Perdas no Varejo Brasileiro, elaborada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) em parceria com a FIA/Provar, Ibevar e Nielsen, os prejuízos dos supermercados com perdas de todos os tipos foram de R$ 4,74 bilhões, cifra equivalente a 1,95% do faturamento do setor. Realizada entre junho e julho de 2013, a pesquisa consultou 214 empresas, que, juntas, possuem 2.217 lojas e mais de 250 mil funcionários.

O diretor de comunicação da Gunnebo Gateway Brasil, Luiz Fernando Sambugaro, destaca a análise feita pelo vice-presidente da Abras, Marcio Milan, no evento de apresentação da pesquisa: "Ela contribui para mostrar a importância e popularizar ainda mais o tema da prevenção de perdas. O lucro líqüido do setor supermercadista em 2012 foi de apenas 1,90% sobre o faturamento bruto, enquanto as perdas atingiram 1,95%. Se o supermercadista conseguir diminuir esse índice, o seu esforço é transferido para a última linha do balanço, melhorando o resultado da empresa".

Para Sambugaro, ele foi preciso e muito feliz na análise. "O próprio estudo constata que, de cada 100 empresas consultadas, apenas 28 possuem uma área específica de prevenção de perdas, ou seja, a maioria não planeja ações para reduzir as conseqüências de uma das principais causas de prejuízo para o negócio e nem sequer realizam medições do que perdem com furtos internos e externos, por exemplo", afirma o diretor da Gunnebo Gateway Brasil, líder nacional em soluções tecnológicas para a proteção eletrônica de mercadorias no varejo e uma das maiores companhias do mundo na área de segurança.

O estudo revela também que os furtos externos e internos de mercadorias continuam sendo as principais causas das perdas nos supermercados. Elas são responsáveis por 21,4% e 13,1%, respectivamente, das ocorrências nesses estabelecimentos. Perdem apenas para as quebras operacionais (produtos danificados pelos clientes, validade vencida, embalagens vazias cujo conteúdo é furtado etc.), com um índice de 33,4%.


Alvos - A novidade dessa edição da pesquisa foi o levantamento das perdas nas principais seções do varejo supermercadista. Perfumaria (1,49%), Eletro (0,45%) e Têxtil (0,44%) estão entre os 12 departamentos que mais sofrem prejuízos. Os três mais visados pelos clientes e funcionários mal intencionados são Perecíveis (2,91%), Açougue (2,24%) e Frutas, Legumes e Verduras (4,22%).

A avaliação mostrou ainda que as tecnologias mais utilizadas para prevenir os prejuízos com as perdas são o circuito interno de TV (CFTV) e os alarmes de acesso, com índices de 40,7% e 31,3%, respectivamente.


Prevenção - A atenção do varejo com a área de prevenção de perdas cresce ainda mais nesse momento de total apreensão com os índices de inflação, principalmente, no impacto deles sobre o consumo e sobre as negociações de preço com os fornecedores, duas questões cruciais para estabelecer o prejuízo ou o lucro do negócio.

"A pressão da concorrência por preços tende a reduzir as margens das empresas até os seus limites. Só os que investirem na eficiência operacional e na prevenção de perdas para evitar prejuízos terão condições de sobreviver", afirma o diretor da Gunnebo Gateway Brasil, que integra o grupo sueco Gunnebo AB, uma das maiores empresas na área de segurança da Europa, com presença em 138 países. Aqui, a Gunnebo Gateway Brasil desenvolve soluções sob medida em prevenção de perdas (antenas e etiquetas antifurto, CFTV e monitoramento de PDV) para o varejo em geral.

Para que o varejo em geral tente reduzir os índices de perda, a Gunnebo Gateway Brasil elaborou check-list para as lojas.

1. A gerência e os colaboradores acompanham suas metas de vendas diariamente?

2. Todos os produtos estão precificados e etiquetados?

3. A organização e a limpeza da área de vendas e depósito encontram-se em níveis aceitáveis?

4. As mercadorias expostas nas gôndolas seguem corretamente o layout padrão?

5. Os produtos mais rentáveis estão bem expostos?

6. A perda da loja e dos setores estão dentro das metas propostas?

7. Os sistemas de proteção de mercadorias como antenas e etiquetas antifurto, câmeras de circuito fechado de TV e alarmes estão funcionando corretamente?

8. As trocas e itens avariados são lançados diariamente e alocados em local apropriado e identificado?

9. A grade está completa e os itens vendidos estão sendo repostos com agilidade para evitar perda de uma venda por falta de produto?

10. A loja realiza este check-list gerencial diariamente?


Tecnologia e gestão eficazes - De acordo Sambugaro, a tecnologia antifurto disponível no país é eficaz, mas também é necessário ter uma gestão eficiente e bom capital humano. "Uma boa estrutura com circuito interno integrado às etiquetas antifurto e uma política de segurança interna resolvem 95% dos problemas", afirma.

As antenas antifurto, aquelas instaladas nas portas das lojas, em conjunto com os mais variáveis tipos de etiquetas (rígidas ou adesivas), além do monitoramento por CFTV, que permite o acompanhamento da loja à distância, até pela internet, são algumas das soluções oferecidas pela companhia e exportadas para todo o mundo.

"Há muitas opções e os gastos em prevenção devem ser considerados investimento, cujo retorno pode se dar em um prazo de seis meses a 2 anos", explica Sambugaro. Ele ressalta que o investimento nesse tipo de tecnologia pode ser suficiente para garantir a utilização da solução por cerca de 10 anos. "Aliás, esse é o item com o menor custo em um projeto de prevenção de perdas, que deve incluir também investimentos em gestão e preparação do pessoal", afirma o diretor da Gunnebo Gateway Brasil.




Veículo: Diário do Comércio - MG


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