Vendas no varejo sobem 2,6% em novembro

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Inadimplência caiu 3,22% em relação ao ano passado, maior retração já registrada na série histórica do SPC Brasil



As vendas no varejo cresceram 2,60% no mês de novembro na comparação com novembro de 2012, informou ontem a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). A análise das duas empresas é de que esse crescimento deve ser considerado como moderado, uma vez que em novembro do ano passado foi registrada expansão de 8,26% em relação a igual mês de 2011. Para a CNDL/SPC, o cenário de desaceleração das vendas a prazo em 2013 reflete principalmente os efeitos da alta de juros e a inflação dos alimentos.

Na comparação com outubro, houve queda de 3,62% nas vendas no varejo. O SPC avalia que as vendas de novembro são tradicionalmente mais fracas que as de outubro por causa do Dia das Crianças, que contribui para o aquecimento da demanda interna. No acumulado do ano, as vendas registram alta de 4,23% na comparação com janeiro a novembro de 2012.

A inadimplência dos brasileiros subiu 0,75% em novembro ante outubro. Economistas do SPC consideram que o aumento foi inesperado, principalmente porque novembro é, historicamente, um mês que tem como característica o recebimento da primeira parcela do 13º salário, ou seja, é quando os consumidores assalariados aproveitam para quitar as suas dívidas em atraso.

Já a inadimplência em novembro ante o mesmo mês de 2012 caiu 3,22%. A retração é a maior já
registrada na série histórica do SPC Brasil, que considera inclusões de CPFs de consumidores inadimplentes desde janeiro de 2012. O índice leva em conta mais de 150 milhões de consumidores cadastrados em 1,2 milhão de pontos de venda em todo o Brasil. “Com juros mais altos, os bancos se tornaram mais criteriosos para conceder empréstimos. Este cenário resultou na desaceleração acentuada da inadimplência no segundo semestre do ano”, avalia o presidente do CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
Menos consumidores buscaram crédito no mês passado, diz Serasa

O total de consumidores que buscaram crédito no mês de novembro foi 7,9% menor do que em outubro, segundo a Serasa Experian. Na comparação com novembro de 2012, o Indicador da Demanda do Consumidor por Crédito teve queda de 5,5%. No entanto, no acumulado do ano, a procura cresceu 2,7% na comparação com igual período de 2012.

Segundo os economistas da Serasa, o repasse das sucessivas altas da taxa básica de juros, a Selic, para o custo dos empréstimos - o que desencoraja os consumidores a expandir seus níveis de endividamento - e o menor número de dias úteis em novembro ante outubro (20 contra 23) impactaram negativamente a procura do consumidor por crédito no mês passado.

A queda mais expressiva se deu entre consumidores de baixa renda. Aqueles que ganham até R$ 500,00 por mês reduziram a demanda em 8,9% em novembro ante outubro e os que recebem entre R$ 500,00 e R$ 1 mil mensais diminuíram a busca em 8,7%. Houve recuo de 6,5% na demanda por crédito na faixa de R$ 5 mil a R$ 10 mil e baixa de 7,7% para aqueles que ganham mais de R$ 10 mil.
Segundo a Serasa, a demanda dos consumidores brasileiros por crédito registrou variação negativa nas cinco regiões do País em novembro ante outubro: Norte (-12,2%), Sudeste (-9%), Nordeste (-7,5%), Centro-Oeste (-6,5%) e Sul (-4,7%).
Após seis aumentos, juro do crédito volta a ficar estável

Ainda sem contabilizar a elevação da Selic de 9,50% para 10% ao ano anunciada no dia 27 de novembro, as taxas de juros das operações de crédito ficaram estáveis em novembro, após registrarem seis elevações ao longo de 2013, apontou pesquisa divulgada ontem pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Para o diretor-executivo de estudos e pesquisas econômicas da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira, a partir de dezembro haverá repasse para as operações de crédito. Oliveira diz que, como a inflação oficial, medida pelo IPCA, ainda está em patamar elevado e se mantém acima do centro da meta fixada pelo Banco Central, de 4,5% ao ano, haverá nova elevação da Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Analistas apostam em uma elevação entre 0,25 e 0,50 ponto percentual. “Por isso, é provável que as taxas de juros das operações de crédito voltem a ser elevadas nos próximos meses”, prevê Oliveira.

A taxa de juros média geral para pessoa física passou de 5,56% ao mês (91,42% ao ano) em outubro para 5,57% ao mês (91,64% ao ano) em novembro, alta de 0,01 ponto percentual no mês (0,22 ponto percentual no ano), o que para a Anefac aponta estabilidade.

Das seis linhas de crédito pesquisadas para pessoa física em novembro, três ficaram estáveis (rotativo do cartão de crédito, cheque especial e CDC de bancos para financiamento de veículos) e três tiveram um pequeno aumento de custo: juros do comércio, que passaram de 4,19% ao mês para 4,20%; empréstimo pessoal de bancos, de 3,16% para 3,18%; e empréstimo pessoal de financeiras, que subiu de 7,09% ara 7,10%.

No caso dos juros para pessoas jurídicas, das três linhas de crédito pesquisadas em novembro, a de capital de giro ficou estável ante outubro, com taxa de juros de 1,61% ao mês. Já a linha de crédito de conta garantida teve queda de 5,73% para 5,71% e o desconto de duplicatas teve alta de 2,30% para 2,31%. Com isso, a taxa de juros média geral para pessoa jurídica também registrou estabilidade na passagem de outubro para novembro (0 ponto percentual no mês e 0 ponto percentual em 12 meses), ficando em 3,21% ao mês (46,10% ao ano).
Inflação das famílias de baixa renda tem alta de 0,65%, segundo a FGV

O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), que mede a variação de preços da cesta de compras de famílias com renda até 2,5 salários-mínimos, registrou inflação de 0,65% em novembro. A taxa é inferior à observada em outubro, que havia sido 0,73%. O IPC-C1 acumula índices de 4,39% no ano e 5,18% nos últimos 12 meses. Os dados foram divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
O resultado também é menor que o do Índice de Preços ao Consumidor Brasil (IPC-BR), que calcula a inflação para todas as faixas de renda e que tem taxas de 0,68% em novembro e 5,59% em 12 meses.

A queda do IPC-C1 foi puxada por taxas menores em grupos como alimentação, que passou de 1,13% em outubro para 0,8% em novembro, e transportes, que passou de uma inflação de 0,26% para uma queda de preços de 0,03%. Também tiveram recuo saúde e cuidados pessoais (de 0,58% para 0,43%) e educação, leitura e recreação (de 0,6% para 0,51%). A inflação avançou nos grupos de despesas diversas (de 0,26% para 1,26%), habitação (de 0,69% para 0,77%) e vestuário (de 0,69% para 0,78%).z




Veículo: Jornal do Comércio - RS


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