Mercado de trabalho aquecido e renda dos consumidores em alta vai favorecer os negócios do varejo, estima a Fecomércio
Com um exercício do economista Marcelo Portugal sobre erros e acertos nas previsões, a Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado (Fecomércio-RS) fez ontem, em Porto Alegre, sua rodada de projeções para 2014 – um pouco mais otimistas do que as feitas no dia anterior pela Federação das Indústrias (Fiergs).
Nas estimativas da entidade, as vendas do comércio gaúcho devem crescer 4,5% em 2014, impulsionadas pelo aquecimento do mercado de trabalho e da renda.
Depois de apresentar os cenários para a economia nacional e gaúcha, Portugal assumiu um papel pouco frequente entre economistas:
– Agora vamos ver no que acertamos e no que erramos.
Foi a deixa para revisar as estimativas para 2013 feitas no fim do ano passado e confrontá-las com as perspectivas atuais. Entre as maiores distorções, a taxa de câmbio – o dólar disparou este ano por conta da expectativa do fim do estímulo americano que despeja mensalmente US$ 85 bilhões na economia – e o juro básico, que o Banco Central voltou a elevar por medo de que a inflação estourasse o teto da meta depois de testar um período de taxas mais baixas. A projeção mais precisa foi exatamente para a economia do Estado: os 5,8% de dezembro de 2012 quase batem com os 6% previstos agora para o fechamento de 2013 (veja quadro abaixo).
Para justificar a expectativa de vendas em alta no comércio, a Fecomércio avalia que a taxa de desocupação deve seguir em seus níveis baixos na Região Metropolitana e deixar cada vez mais evidente as limitações de oferta de mão de obra. Essa situação reforça a pressão sobre os salários, que deverão ter elevação em 2014, e renda maior favorece as vendas.
No entanto, aumento da taxa de juro, ameaça de inflação e dólar valorizado são fatores que preocupam e devem reduzir o ritmo de crescimento da economia gaúcha.
Veículo: Zero Hora - RS