Empresários cobram agilidade do governo

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Representantes do setor produtivo cobraram agilidade nas decisões do governo, melhora nas condições de crédito e redução da taxa de juros durante a reunião do Comitê de Gestão da Crise realizada ontem no Ministério da Fazenda. O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão, citou como exemplo a liberação dos recursos da linha de crédito de capital de giro de R$ 3 bilhões para as construtoras que havia sido anunciada em 29 de outubro do ano passado.

 

Os empréstimos seriam concedidos pela Caixa Econômica Federal (CEF) com recursos da caderneta de poupança, mais especificamente do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). "Essa medida não está funcionando e precisamos liberar os recursos urgentemente. Precisamos de agilidade para colocarmos as coisas em ordem", disse Simão, um dos integrantes do Comitê de Gestão de Crise, criado em dezembro para analisar o cenário de turbulência financeira internacional e as medidas a serem tomadas pelo governo no mercado interno. Segundo Safady, o ministro Mantega afirmou que o governo deverá definir este assunto.

 

Segundo Simão, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff informou que as novas medidas do plano de habitação serão anunciadas antes de 15 de fevereiro. Para o presidente da CBIC, esta demora reduz as chances de se garantir um efeito satisfatório para o setor este ano.

 

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, cobrou a urgência de novas medidas para estimular as exportações, uma vez que a balança comercial de janeiro apresentou resultado o que classificou de "preocupante". Para Monteiro Neto, "é preciso estimular o setor para que ele recupere o fôlego". Segundo Monteiro Neto, o governo deve anunciar duas medidas nos pró-ximos dias: uma para o setor exportador, além da destinada à construção civil. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, negou que o pacote de desoneração para o setor exportador tenha sido pauta de discussão durante a reunião.

 

Taxa de juros

 

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, também participou da reunião com empresários que defenderam a redução da taxa básica de juros, a Selic, a fim de estimular a retomada dos investimentos privados. "Achamos que o Banco Central está na cadência errada. Pois há espaço para reduzir em doses mais fortes e em prazo mais curto a Selic", disse o dirigente da CNI. Segundo ele, Meirelles apenas "ouviu muito e o silêncio dele foi muito eloquente". "O Banco Central tem que andar no ritmo da economia, já que a economia não pode trabalhar no ritmo do Banco Central", disse Monteiro Neto, que destacou ainda a necessidade de desonerar definitivamente os investimentos do Brasil.

 

O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, declarou que o governo precisa encontrar uma solução para os custos dos investimentos que estão elevados. "Os custos são incompatíveis com o valor dos projetos em andamento. Achamos necessário criar mecanismos para restabelecer empréstimos- ponte: que é a ponte para chegar até o desembolso do banco (BNDES)", declarou.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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