Crise aumenta interesse por Brics

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Uma maior aproximação com os demais países do Bric, consolidando mais parcerias, é a atuação ideal para o Brasil na crise, considera Mario Marconini, presidente do Conselho de Relações Internacionais da Federação de Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio). "A crise teve o mérito de valorizar os Brics (conjunto de países que reúne Brasil, Rússia, Índia e China) para a economia mundial, mas não como um bloco", argumentou. Para Marconini, os quatro países sofreram impactos diferentes da crise, mas todos ganharam evidência no contexto econômico internacional. "O Brasil era o que tinha a menor exposição, mas talvez seja o mais bem posicionados (no Bric) para crescer daqui para frente", salienta o executivo. Ele acrescenta, no entanto, que "não dá mais só para ficar no discurso, não dá para viver só de Itamaraty, o Brasil tem que sentar na mesa de negociações e mostrar o que tem a oferecer", destacou.

 

Consolidação na China

 

Após ajustes internos, principalmente nos negócios que dependiam exclusivamente de exportações, a China passa agora por um momento de consolidação de suas empresas. Em um segundo momento, essa consolidação deverá favorecer um movimento de internacionalização das empresas chinesas, que ampliarão suas atividades, acessando e produzindo em um maior número de mercados. "Essas consolidações fortalecem as empresas chinesas, que já exportam para o mundo todo, e tendem a se internacionalizar ainda mais", avalia Ricardo de Carvalho, sócio do Global Chinese Services Group, da Deloitte Touche Tohmatsu.

 

Outro fator que deverá auxiliar uma maior integração do mercado chinês com o restante do mundo é o estabelecimento de um novo marco regulatório no país asiático, processo que está em andamento. O objetivo é dar mais proteção para investidores externos, regulando mais claramente os monopólios estatais, e com avanços em relação à lei trabalhista. "A nova regulamentação impacta o Brasil na medida em que o empresário brasileiro tem grande preocupação com cópias ilegais de seus negócios lá, e por isso temem investir mais na China", disse durante evento realizado ontem na Fecomercio.

 

Para o presidente da Câmara Brasil-Rússia de Comércio, Gilberto Ramos, "a classe média russa não foi tão afetada pela crise, e há um grande potencial de mercado que empresas brasileiras poderiam explorar melhor". Alguns dos setores que poderiam ser explorados são a área de cosméticos, móveis, calçados, placas de mármore, dentre outros. "Apesar da crise existem muitas obras de infraestrutura lá, que poderiam contar com empresas brasileiras", conclui Ramos.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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