Alimentos freiam IPCA-15, que contraria previsão e sobe 0,22%

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A desaceleração da alta nos preços, especialmente dos produtos alimentícios, foi estendida ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de junho para julho, passando de alta de 0,38% para alta de 0,22%, resultado considerado surpreendente pelos analistas do mercado financeiro. Com esse resultado, o economista Francis Kinder, da Rosenberg & Associados, lembra que a inflação acumulada pelo indicador em 12 meses, de 4,47%, ficou abaixo do centro da meta de 4,50% para o IPCA no ano pela primeira vez desde dezembro de 2007. Em junho, o IPCA-15 em 12 meses acumulava alta de 4,89%.

 

O resultado fez o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, refazer suas projeções para o índice cheio do mês, de alta de 0,40% para alta de 0,30%.

 

"A surpresa maior foi mesmo o grupo alimentação, que contou com um bom recuo na taxa. E não foi um fator isolado, pois, quando abrimos o indicador notamos um comportamento favorável em quase todos os grupos", avaliou Rosa. O grupo Alimentação desacelerou o ritmo no período de 0,70% para 0,33%.

 

Segundo o documento de divulgação do índice, essa desaceleração foi resultado, especialmente, da menor elevação de preços do leite pasteurizado, que passou de 12,20% em junho para 9,25% em julho. Mesmo com a desaceleração, o leite representou a maior contribuição individual (0,11 ponto porcentual) no IPCA-15 de julho.

 

O grupo de Habitação acelerou o ritmo de reajustes para 0,66% no IPCA-15 de julho, ante 0,34% em junho. A principal pressão sobre esse grupo veio da energia elétrica (1,18%), que refletiu o resultado de São Paulo (4,80%), "captando mais da metade do reajuste de 8,63% concedido a partir de 4 de julho" na região, segundo o IBGE. Também contribuíram para o resultado do grupo Habitação em julho o gás de botijão (1,34%) e aluguel residencial (0,47%).

 

Camargo, ao comentar a aceleração nos preços do grupo Habitação, lembrou que os primeiros efeitos do reajuste de energia elétrica promovido pela Eletropaulo na Região Metropolitana de São Paulo já foram captados pelo indicador do IBGE, mas de uma maneira que não preocupa. "O impacto até acabou sendo um pouco comportado", afirmou.

 

Para o restante do mês, Camargo aguarda que esta contribuição da energia elétrica aumente e seja observada no IPCA fechado de julho. Trabalha, no entanto, com um comportamento bastante tranquilo para os demais grupo.

 

Veículo: DCI


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