O presidente da International Paper do Brasil (IP), Maximo Pacheco, afirmou ontem que a companhia pretende ingressar no mercado nacional de embalagens, segmento considerado prioritário pelo grupo americano em escala mundial. A entrada nesse mercado, onde faria frente à brasileira Klabin, deverá ocorrer via aquisições ou parcerias com empresas já em atividade no País.
O interesse da IP nesse segmento é antigo. De acordo com executivos do setor, desde o ano passado a companhia realiza pesquisas informais a respeito da aceitação de possíveis clientes sobre o eventual ingresso da International Paper no mercado de embalagens. Juntamente com a área de papéis não revestidos, o segmento foi escolhido como prioritário pela companhia, que no ano passado concluiu a aquisição da área de embalagens da Weyerhaeuser por US$ 6 bilhões.
Líder do mercado nacional de papéis não revestidos, com capacidade anual de 1 milhão de toneladas e três fábricas instaladas no Brasil, a IP ainda possui atuação discreta no segmento de embalagens na América Latina, onde opera uma fábrica no Chile. "Nós queremos ter presença no setor de embalagens na América Latina", sintetizou Maximo, durante encontro com jornalistas promovido pela empresa nesta quarta-feira. O evento marcou a despedida do executivo, que deixa a presidência da IP em janeiro de 2010, após seis anos no Brasil. O executivo chileno será substituído por Jean-Michel Ribieras, atual vice-presidente de Papéis para Conversão e Celulose nos Estados Unidos.
Apesar de afirmar que a companhia está atenta a oportunidades em toda a América Latina, Maximo não esconde que o foco deve ser o ingresso no mercado brasileiro, ainda extremamente pulverizado. A Klabin, por exemplo, é a maior fabricante de papelão ondulado do País, mas tem participação de mercado modesta, de aproximadamente 20%.
AMPLIAÇÃO. Enquanto analisa alternativas no segmento de embalagens, a companhia segue com os estudos para definir a viabilidade da ampliação da fábrica de papel de Três Lagoas (MS). O projeto, que seria abastecido pela fábrica de celulose da Fibria no mesmo município, encontra como principal barreira o câmbio desfavorável às exportações. Atualmente as vendas externas respondem por 55% dos negócios da IP no Brasil.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ