A cada ano, a produção de leite no Estado tem aumentado cerca de 8%, em função dos constantes investimentos de empresas de laticínios no Estado. Atenta a esse incremento, a Tetra Pak assinou ontem com o governo do Estado um protocolo de intenções para a construção de um centro de distribuição de embalagens no município de Passo Fundo. "O investimento será de R$ 3 milhões e trará benefícios para todos os elos da cadeia", afirmou o diretor-presidente da empresa, Paulo Nigro.
Entre as vantagens da maior proximidade da empresa com a indústria está a possibilidade de reduzir custos com frete e a maior segurança no fornecimento do produto. Além disso, a partir do acordo, a Tetra Pak deixará de pagar ICMS sobre essas embalagens ao governo do Paraná, passando a fazê-lo ao governo gaúcho. "Isso dará melhores condições ao Rio Grande do Sul em termos de competitividade frente a outros estados", disse o secretário da Fazenda, Ricardo Englert.
A Tetra Pak deve faturar R$ 400 milhões com a comercialização de embalagens no Estado, para atender a uma demanda de 1,8 bilhão de itens utilizados ao ano no Rio Grande do Sul. No Brasil, são mais de 5,1 bilhões de embalagens. O presidente da Bom Gosto, Wilson Zanatta, disse que a sua empresa utiliza mais de 90 milhões de embalagens por mês para diversos tipos de produtos. O dirigente comemorou a novidade, considerada uma reivindicação antiga por parte do setor. "O Rio Grande do Sul é o maior consumidor desse tipo de embalagens no Brasil."
Nigro destacou a necessidade de o setor estar preparado para o crescimento da demanda de leite no mercado interno e também pela possibilidade de incremento das exportações. "Passamos por um momento de inércia de produção em 2009, mas China e Rússia devem voltar a comprar, recolocando o Brasil em posição de exportador", disse Nigro.
Em 2008, os laticínios gaúchos produziram 3,314 bilhões de litros, contra 2,943 bilhões em 2007. A expectativa para 2009 é de repetir o volume do ano passado, já que a produção foi impactada pela estiagem do início do ano e, mais recentemente, pelas chuvas. A capacidade instalada das indústrias de leite no Estado chega a 14,5 milhões de litros de leite ao dia e o volume médio captado é de 9 milhões de litros/dia, o que representa uma ociosidade de 40%.
Veículo: Jornal do Comércio - RS