Com a perspectiva cada vez mais clara de amargarem um déficit comercial em 2009, os exportadores de leite preveem que voltarão à lista dos cinco maiores vendedores mundiais no próximo ano. É a opinião do presidente da Comissão Nacional da Pecuária de Leite da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Rodrigo Sant"Anna Alvim. Ele participou ontem da reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite e Derivados, na sede do Ministério da Agricultura, em Brasília.
Pelos dados de Alvim, o setor exportou US$ 540 milhões em leite em pó no ano passado e, este ano, registra um déficit de aproximadamente US$ 86 milhões até outubro. "É um retrocesso, pois éramos superavitários desde 2004", comparou. Para ele, no entanto, já há sinais de recuperação. A expectativa é de que o saldo mensal da balança comercial volte a ficar positivo em dezembro - este ano, apenas em fevereiro as exportações superaram as importações, de acordo com o presidente.
O que causou o desequilíbrio, segundo o representante da CNA, foi a escassez do produto no ano passado, quando todo o mundo mergulhou num crescimento esplendoroso até chegar a crise financeira internacional. "Na ocasião, a tonelada de leite era vendida a US$ 5 mil, e, mesmo assim, faltou leite", disse. Depois disso, houve um momento de adaptação do mercado e, agora, se espera pela retomada.
No histórico brasileiro, a realidade era muito diferente. Na década de 90, o País disputava com o México e a Argélia a segunda posição de maior importador no ranking. Em 1996, para se ter uma ideia, o Brasil comprava o equivalente a 3,2 bilhões de litros de leite ante uma produção doméstica de 15 bilhões de litros.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ