Posição da China sobre arroz favorece transgênicos

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O governo chinês declarou que duas cepas de arroz geneticamente modificado são seguras para a produção e o consumo, dando um grande passo para a aprovação do uso da biotecnologia no cultivo desse cereal, o alimento básico de bilhões de pessoas na Ásia.

 

Respondendo por escrito a perguntas feitas pelo Wall Street Journal, o Ministério da Agricultura chinês informou ontem que havia emitido certificados de segurança para cepas de arroz e milho com modificações genéticas desenvolvidas no país, resultados de um processo de vários anos com experiências de produção e testes ambientais. São necessárias outras aprovações antes que essas cepas possam ser cultivadas em escala comercial, informou o Ministério, e participantes do setor disseram que ainda pode levar mais dois ou três anos para que esse tipo de arroz chegue à produção.

 

As empresas estrangeiras que produzem safras geneticamente modificadas receberam bem a notícia, que poderá, talvez, abrir caminho para a aprovação, pela China, de mais produtos que fabricam. "É uma boa notícia no contexto da introdução comercial da biotecnologia na agricultura da China", disse Andrew McConville, diretor de negócios corporativos na Ásia, no escritório de Cingapura da Syngenta AG, firma de agronegócios sediada na Suíça.

 

Como a China é o maior produtor e consumidor mundial de arroz, seu uso de variedades modificadas tem o potencial de mudar os padrões mundiais de fornecimento do cereal. A produção generalizada pode complicar o comércio com regiões como a Europa, que restringem os alimentos geneticamente alterados. Por outro lado, as empresas americanas vêm pedindo à China que acelere seu processo de aprovação para safras modificadas. Uma porta-voz da Monsanto Co., o maior produtor mundial de sementes alteradas, que recebeu o licenças da China para algumas de suas variedades, não respondeu aos pedidos do Wall Street Journal de comentários para esta reportagem.

 

As autoridades chinesas vêm sofrendo menos pressão pública acerca do uso, às vezes polêmico, da biotecnologia nos alimentos do que as de outros países. Há muito o governo chinês apoia as pesquisas de biotecnologia agrícola, como parte de um esforço para garantir que o país permaneça autossuficiente em termos de alimentos básicos.

 

"Essa é uma importante realização relativa à propriedade intelectual independente das pesquisas do nosso país em tecnologia de modificação genética, e cria uma boa base para a produção comercial", disse a nota do Ministério da Agricultura.

 

Safras geneticamente modificadas de milho, algodão e soja são cultivadas nos Estados Unidos, Canadá, Argentina e outros países, mas o arroz geneticamente modificado até agora não foi cultivado em grande escala em parte alguma. A maioria das variedades agora disponíveis, inclusive as desenvolvidas na China, foi modificada para ganhar mais resistência às pragas ou aos herbicidas - características que atraem os agricultores ansiosos para aumentar a produção.

 

Esforços mais recentes de modificação genética visavam a criar benefícios mais notáveis para os consumidores. O Instituto Internacional de Pesquisas sobre o Arroz, nas Filipinas, vêm trabalhando no desenvolvimento do chamado "arroz dourado", uma variedade que inclui a vitamina A. O instituto espera colocar no mercado essa cepa de arroz que, segundo informa, pode ajudar a combater a desnutrição infantil, até 2011.(Colaborou Gao Sen)
 


Veículo: Valor Econômico


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