O movimento de concentração no segmento farmacêutico deverá se acelerar nos próximos anos, segundo fontes ouvidas pelo Valor. A aquisição da Neo Química pela Hypermarcas é mais um exemplo de que esse setor caminha para a consolidação.
"A aquisição feita pela Hypermarcas faz todo o sentido. A empresa terá maior sinergia na distribuição de produtos", afirmou uma fonte do setor.
Com esta operação, a Hypermarcas deverá ficar em quinto lugar no ranking das maiores empresas (em faturamento) com atuação no varejo, de acordo com dados IMS Health, empresa de pesquisa e consultoria do setor farmacêutico. Em unidades vendidas, a Hypermarcas fica também em quinto lugar, considerando a união das empresas DM Farmacêutica, Farmasa e a mais recente aquisição Neo Química, como parte das empresas controladas pelo grupo.
Antes da aquisição, a Hypermarcas nem aparecia entre as dez maiores companhias no ranking, uma vez que suas empresas - a DM Farmacêutica e a Farmasa - eram analisadas individualmente. Já a Neo Química aparecia como a oitava maior (com base nos dados de outubro) em unidades comercializadas.
Com forte participação em vendas de medicamentos OTC ("over the counter" ou depois do balcão, em inglês), a Hypermarcas poderá ser afetada negativamente pela resolução nº 44 da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que restringe a venda de medicamentos por esse canal. A medida deverá entrar em vigor a partir do início de 2010, observa a mesma fonte.
Neste ano, a francesa Sanofi-Aventis anunciou a compra por R$ 1,5 bilhão do laboratório nacional Medley, líder em genéricos. Outro grande negócio nesse segmento foi a aquisição do laboratório nacional Biosintética pelo Aché em 2005, afirmou uma fonte do setor.
O movimento de consolidação dos laboratórios nacionais tem forte apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O banco também tem financiado projetos de pesquisa & desenvolvimento (P&D) por meio do programa Profarma.
Veículo: Valor Econômico