Panasonic assume controle da Sanyo

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Com negócio de US$ 4,6 bi, grupo vira o segundo maior de eletrônicos do Japão, à frente da Sony e atrás da Hitachi

 

O grupo japonês Panasonic, fabricante de produtos eletrônicos e eletrodomésticos, anunciou ontem que está assumindo o controle da também japonesa Sanyo, dando origem a um gigante mais poderoso do que sua eterna rival, a Sony.

 

A Panasonic, cuja sede fica em Osaka, no oeste do Japão, já havia anunciado, no final do ano passado, a intenção de comprar a Sanyo numa operação amistosa que acabou sendo precipitada pela crise financeira global. A operação só foi concluída após um ano de negociações.

 

A Panasonic lançou oficialmente sua oferta pública de compra da rival apenas no último mês de novembro, depois de negociar detalhes com os grupos financeiros detentores de mais de 70% das ações da Sanyo, e esperar o sinal verde das autoridades reguladoras da concorrência em quase 12 países. Fechada na quarta-feira, a oferta foi um sucesso: ontem, a Panasonic indicou ter obtido 50,2% das ações da Sanyo, o suficiente para declarar a oferta aceita - embora menos do que o grupo esperava obter.

 

Entre o momento da definição do preço de compra das ações, em pleno marasmo dos mercados financeiros, e o lançamento efetivo da oferta pública de compra, o preço das ações da Sanyo subiu muito na Bolsa de Tóquio, o que incitou os detentores dos papéis a não cedê-los à Panasonic a preços baixos.
De todo modo, o grupo de Osaka terá de desembolsar aproximadamente 405 bilhões de ienes (o equivalente a aproximadamente US$ 4,6 bilhões para se tornar a controladora da Sanyo.

 

Com a aquisição, a Panasonic, grupo emblemático da indústria japonesa do século XX, vai enriquecer seu catálogo de produtos e ampliar suas atividades para domínios considerados muito promissores para o futuro.
A Sanyo, que eliminou 15 mil postos de trabalho - ou 15% do total de seus funcionários - e vendeu algumas divisões, dedicou-se nos últimos anos ao desenvolvimento de produtos em harmonia com o meio ambiente, a saúde, a higiene e o entretenimento multimídia.

 

"A Sanyo dispõe de importantes atributos (técnicos e industriais) que se encaixam perfeitamente nos recursos da Panasonic, representando benefícios para os consumidores", afirmou Mumio Ohtsubo, presidente da Panasonic, ao justificar sua oferta.

 

Em termos da variedade de produtos (aparelhos audiovisuais para o grande público e para profissionais, dispositivos diversos para empresas, eletrodomésticos pequenos e grandes), a Panasonic já ultrapassava a Sony, sua eterna rival.

 

Com a aquisição da Sanyo, ela amplia ainda mais o leque de produtos em oferta, e seu potencial de faturamento é agora muito superior ao de sua concorrente, aproximando-se do nível do conglomerado Hitachi, cujas atividades são ainda mais variadas.

 

A absorção da Sanyo pela Panasonic deve também provocar reduções de gastos com abastecimento e logística, aumentando a competitividade da empresa. Violentamente atingidas pela recessão e a alta do iene, a Panasonic e a Sanyo sofreram em 2008 e 2009 uma dura queda em suas vendas.

 

NÚMEROS

 

50,2% das ações
da Sanyo foram compradas pela Panasonic, por um valor total de US$ 4,6 bilhões. O volume
adquirido, apesar de garantir o controle, ficou abaixo do esperado pela Panasonic

15 mil
postos de trabalho, o equivalente a 15% do total de funcionários, foram cortados pela Sanyo por causa da crise - que acabou
precipitando o negócio com a rival

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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