A Philips decidiu abandonar o mercado de computadores. Segundo Marcos Bicudo, presidente da empresa no Brasil, a decisão faz parte de uma estratégia de reposicionamento global da companhia, iniciada no ano passado. Com a decisão, a Philips deixa de fabricar notebooks e monitores.
Há pouco mais de dois anos, motivada pela força do mercado brasileiro de PCs, a Philips decidiu montar uma estratégia exclusiva de operação no país. Tratava-se de um projeto inédito de produção própria de computadores portáteis. Além do Brasil, o único país onde a companhia vendia computadores com marca própria era o Reino Unido, embora toda a produção fosse terceirizada com a parceira de manufatura Dixon.
A venda dos notebooks da companhia, iniciada no Natal de 2007, começou a ser feita com a importação de equipamentos. À época, a meta da empresa era atingir 10% de participação de mercado em dois anos. Com produtos desenvolvidos especialmente para o mercado brasileiro, a Philips criou uma linha de produção em Manaus e passou a montar equipamentos no país. Bicudo não dá detalhes sobre as vendas de laptops da empresa, mas diz que o negócio está encerrado. "O que ocorreu é que, ao revisar o planejamento estratégico, a Philips considerou que esse não era um mercado que a empresa queria disputar."
Ao deixar o mercado de PCs, a Philips quer se concentrar na retomada de sua posição de mercado na arena dos televisores. A agressividade de concorrentes, principalmente das coreanas LG e Samsung, mexeu com as operações da companhia no Brasil, reconhece Bicudo. "Seguramente nós perdemos participação de mercado no passado recente", comenta o executivo. "Acho que não houve uma reação compatível à investida dos concorrentes, mas agora nós estamos, de uma forma estruturada, reagindo de maneira mais eficaz."
A tarefa não será fácil. A LG acaba de montar um plano de expansão de suas operações no país. O projeto da companhia prevê investimentos de R$ 967,2 milhões para a fabricação de aparelhos de LCD e plasma ao longo de três anos. A meta é produzir 1,2 milhão de aparelhos de TV nos primeiros 12 meses, saltando para 1,7 milhão de unidades no segundo ano e 2,55 milhões de aparelhos em 2012. A Samsung, desde 2003, tem investido mais de US$ 100 milhões por ano nas operações de sua subsidiária. (AB)
Veículo: Valor Econômico