Material escolar sobe quase dobro da inflação

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Reajuste foi, em média, de 6,61% na cidade de SP, ante inflação no período de 3,65%; livros didáticos também tiveram aumento - Em alguns casos, pais vão pagar até R$ 1.200 com livros para um único filho; para economista da Fecomercio, aumento não é natural

 

Pais de alunos que estudam em escolas particulares na cidade de São Paulo vão gastar muito mais na compra de material escolar e livros didáticos neste ano. Só nesse último item, os gastos com apenas um filho podem passar de R$ 1.200.
O preço do material escolar subiu quase o dobro da inflação. Enquanto o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) de janeiro a dezembro de 2009 foi de 3,65%, produtos como lápis, canetas, cadernos e mochilas ficaram em média 6,61% mais caros no mesmo período.

 


No caso dos livros escolares, o aumento médio registrado no ano passado foi um pouco menor, mas ainda assim ficou acima do IPC -4,47%. Esse índice de inflação é apurado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
A Folha consultou as listas de livros pedidos por alguns colégios de São Paulo e constatou que as famílias chegam a desembolsar R$ 1.234,40 com um filho no primeiro ano do ensino médio.

 


Um livro de biologia para esse aluno, por exemplo, custa hoje R$ 115. Dois anos atrás, na mesma livraria, saía por R$ 95,80. O aumento foi de 20%.
"Imagine uma casa com dois filhos estudando em escola particular. Isso pesa uma barbaridade no orçamento familiar", afirma Heron do Carmo, professor de economia da USP e pesquisador da Fipe.

 


Para completar as subidas de preço na educação, as mensalidades escolares em São Paulo também tiveram um reajuste muito maior que a inflação.
No caso do ensino infantil, o aumento em 2009 foi, em média, de 8,66%. Até os cursos de línguas tiveram aumento superior à inflação (7,58%).

 

Dicas de economia

 

A Folha entrou em contato com fabricantes de papel e lápis e com a Abrelivros (associação de editoras de livros escolares), mas não encontrou funcionários que pudessem comentar o aumento nos preços.
"Esse não é um aumento natural", explica a economista Julia Ximenes, da Fecomercio (Federação do Comércio do Estado de São Paulo).

 


Se o reajuste fosse natural, diz ela, todas as papelarias aumentariam juntas os preços. "Se fizer uma pesquisa de preços, você vai encontrar diferenças gritantes dentro da mesma cidade, diferenças de até 200% num mesmo produto."
De acordo com Ximenes, o encarecimento do material didático é sazonal. Está praticamente todo concentrado no mês de janeiro. Nos 11 meses seguintes, os aumentos são quase imperceptíveis. "Eles sabem que inevitavelmente vai haver procura, então aumentam o preço mesmo."

 


A economista da Fecomercio sugere às famílias que tentem reaproveitar parte do material utilizado no ano anterior, como caneta, cola e régua, e que façam uma pesquisa de preços antes de comprar. "Inclusive na internet. As lojas virtuais costumam ter um preço mais competitivo porque têm menos custos."

 

Além disso, ela acrescenta, pode ser vantajoso deixar para comprar parte do material em fevereiro, "fora do período de euforia, quando costuma haver uma arrefecida" nos preços.

 


Veículo: Folha de S.Paulo


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