O presidente venezuelano, Hugo Chávez, anunciou ontem que vai expropriar a rede de supermercados Éxito, de capital colombiano e francês, por sua suposta reincidência em especulação de preços. A Casino, que no Brasil tem fatia do Grupo Pão de Açúcar, participa do capital acionário da Éxito.
"Eu ordeno que se abra um expediente" visando a um "processo de expropriação da rede Éxito", declarou Chávez em seu programa de rádio e televisão.
Ele pediu a mudança da vigente lei de proteção ao consumidor para poder concretizar a desapropriação da rede e utilizar suas instalações para a rede estatal de distribuição e venda no varejo Comerso.
Chávez lembrou que quatro estabelecimentos da cadeia franco-colombiana foram punidos nesta semana com fechamento de 24 horas pelo organismo de proteção ao consumidor Indepabis, que detectou "remarcação de preços e especulação".
Ao longo da semana, o presidente venezuelano insistiu em seu pedido de modificação da atual lei de proteção ao consumidor a fim de estabelecer mecanismos para a desapropriação dos comércios "especuladores".
Ontem, revelou que já recebeu uma proposta de reforma da norma, mas que a devolverá porque não atendeu às suas expectativas.
"A proposta que me mandaram ainda é muito suave. Vou escrever para ver se entendem o que eu quero, o que o povo precisa", disse Chávez.
"De todo modo, já disse: senhores donos da cadeia Éxito, procurem o ministro (do Comércio, Eduardo) Samán, porque passa a ser da República. Não há volta atrás", acrescentou o presidente.
O governo da Venezuela vai buscar uma redução do valor do dólar paralelo, que flutua de acordo com oferta e demanda, e levá-lo a 4,30 bolívares, equivalente a uma das taxas fixadas após a recente desvalorização, anunciou o presidente Hugo Chávez.
"O plano que temos é levar o paralelo a 4,30, reduzi-lo até o nivel do dólar petroleiro, e vamos conseguir", disse Chávez .
Na semana passada, o governo anunciou a desvalorização da moeda local, o bolívar, que tinha cotação fixa de 2,15 por dólar desde 2005.
A Venezuela tem agora duas cotações oficiais do dólar: 2,60 para produtos de primeira necessidade, remessas e importações do setor público; e 4,30 para os demais produtos e a venda dos dólares obtidos com o petróleo, que foi batizado pelo governo como "dólar petroleiro".
Veículo: DCI