O laboratório farmacêutico nacional Cristália inaugura na sexta-feira sua nova unidade, em Itapira (SP). As instalações, que receberam investimentos da ordem de R$ 160 milhões, foram projetadas para atender às exigências da Food and Drug Administration (FDA), órgão americano de vigilância sanitária, e European Medicines Agency (EMEA), instituição reguladora do mercado europeu.
"A princípio a nova unidade não será voltada para exportação. Ela vai resolver os gargalos de nossa atual fábrica, sobretudo nas áreas de comprimidos e liofilizados [injetáveis especiais]. Essa fábrica foi projetada também para atender a mercados mais exigentes, como os EUA, Europa e Japão. Antes, contudo, deverá ser aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)", disse ao Valor Ogari Pacheco, presidente do laboratório.
Atualmente, as exportações representam 4% do faturamento do grupo, que ficou em R$ 600 milhões em 2009. "A meta é que as exportações respondam por 10% da nossa receita nos próximos três a quatro anos." Para Pacheco, as aprovações para a entrada nos mercados mais exigentes só devem ocorrer a partir de 2011.
Os principais mercados da Cristália são América Latina, com liderança na venda de anestésicos no Paraguai, Equador, Uruguai e República Dominicana, além da África e Oriente Médio, sobretudo para anestésicos, antirretrovirais e analgésicos.
Um dos produtos de inovação da companhia, o Helleva, receitado para disfunção erétil, deverá entrar no mercado russo. As negociações estão em andamento. O grupo pretende negociar o medicamento também nos países da Ásia, como Coreia do Sul, Tailândia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Indonésia.
Pacheco afirmou estar atento ao movimento de concentração no setor. Nessa frente, a Cristália segue na posição de consolidadora e não possível alvo de aquisição. Segundo ele, a empresa está investindo em pesquisa e desenvolvimento para o lançamento de produtos inovadores. A companhia também tem como foco medicamentos biológicos. "Depois de três anos de plantio [fazendo uma analogia ao período de pesquisas], vamos lançar novos medicamentos nos próximos anos", disse Pacheco. (MS)
Veículo: Valor Econômico