Programa tenta fortalecer brasileiras

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Com vendas totais de R$ 30, 9 bilhões até novembro, a indústria farmacêutica brasileira vive a expectativa de fusões e incorporações no setor. Há um movimento em todo o mundo em busca de novos negócios, uma vez que é prevista para os próximos dois anos uma queda de cerca de 40% das patentes.

 

Existem cerca de 500 empresas de capital nacional na área farmacêutica no país. A concentração é expressiva, pois 12 delas respondem por metade das vendas. Mas, por outro lado, embora todas as brasileiras respondam por menos da metade do faturamento de uma multinacional, como por exemplo a americana Pfizer, quatro nacionais estão entre as dez maiores do ranking: EMS, Aché, Eurofarma e Hypermarcas.

 

Os dados são do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), que desenhou o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Complexo Industrial da Saúde (Profarma) com perfil para também apoiar fusões e aquisições no setor.

 

Já disponibilizou R$ 345 milhões para reestruturação de empresas de capital nacional. Financiou a compra pela Biosintética pela Aché e da Barrene pala Farmasa. A Hypermarcas, uma das lideres no setor no país, vem fazendo compras mas não bateu à porta do banco. Em dezembro comprou a Neo Química.

 

A demanda pelo programa já é de R$ 1,3 bilhão, sendo que foram contratados R$ 1,2 bilhão para completar investimentos que irão totalizar R$ 2,6 bilhões. O Profarma foi lançado em 2004, quando o setor foi escolhido como estratégico pelo projeto de Política Industrial do Governo Lula. Mas o escopo do programa foi ampliado em 2007.

 

Na nova fase foram estabelecidos três focos básicos: o estimulo à inovação, apoio às necessidades de investimentos devido às mudanças fixadas no arcabouço regulatório e apoio em torno de uma restruturação a partir de consolidações no setor.

 

Até 2007 as condições de financiamentos não eram muito atrativas e o interesse do setor foi pequeno. A custo era alto, a correção pela TJLP ficava em 13%. Na revisão do plano, o BNDES fixou taxa fixa de 6% sem o indexador da TJLP. "E aí quebramos um dogma dentro do banco. Passamos a apoiar o intangível, o desenvolvimento na área farmacêutica", diz Pedro Palmeira, chefe do Departamento de Fármacos (Defarma) do BNDES.

 

Ele explica que a estratégia do banco é estimular o desenvolvimento tecnológico das empresas brasileiras na área de fármacos, que na nova fase do programa foi desenhado em uma ação compartilhada pelo próprio banco e o Ministério da Saúde, unindo estratégias de política industrial dentro da proposta da Política Nacional de Saúde.

 

Além dos recursos para reestruturação, desde a criação do Profarma foram registradas 21 operações de financiamento para inovação (R$ 301 milhoes), nove de exportação (R$ 37,2 milhões) e 58 para investimentos em produção (R$ 689 milhões).

 

Entre os financiamentos já concedidos, 80 foram para empresas de capital nacional (R$ 1,2 bilhão) e 10 para estrangeiras (R$ 97,6 milhões). Do total, 12 foram para a área de biotecnologia (R$ 32,3 milhões), 14 para equipamentos médicos (R$ 55,1 milhões), três para Kits de diagnóstico (R$ 18,5 milhoes) e 61 para produtos farmacêuticos (R$ 1,2 bilhão). São Paulo recebeu R$ 1,1 bilhão, com 59 empresas beneficiadas; Rio de Janeiro ficou com R$ 31 milhões e seis empresas; Rio Grande do Sul levou R$ 45 milhões, com sete indústrias; Goiás recebeu R$ 81 milhões para cinco companhias; e os outros estados ficaram com R$ 50 milhões, para 13 empresas.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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