O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus ) reduzirá consideravelmente os trabalhos de inspeção de pomares de laranja em São Paulo. Ainda que tenham se transformado em mais um foco de divergência entre produtores da fruta e indústrias de suco de laranja, e que muitos citricultores tenham aprovado a decisão, esses trabalhos, que tentam evitar a proliferação de doenças como o greening, são considerados por analistas importantes para preservar o parque citrícola paulista, os pequenos produtores e a competitividade do suco brasileiro no exterior. O Fundecitrus é mantido com contribuições de produtores e indústrias.
Na segunda-feira, o secretário da Agricultura de São Paulo, João Sampaio, reuniu-se com o presidente do Fundecitrus, Lourival Carmo Monaco, para tratar do tema. Convênio entre as partes que incluía a inspeção dos pomares e eventuais erradicações de plantas doentes acaba de expirar, e um novo convênio será assinado, mas com novo foco de atuação. Segundo Sampaio, o Fundecitrus deverá se concentrar em pesquisas de combate a doenças, em capacitação e em comunicação.
O secretário lembrou que o Fundecitrus mantém convênio com o Ministério da Agricultura para serviços de inspeção e que parte dos trabalhos do fundo será mantida. Ele ressaltou, também, que segundo a Instrução Normativa 53, federal, os produtores são obrigados a inspecionar seus pomares a cada três meses e a entregar um relatório semestral à Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da secretaria paulista com informações sobre as plantas inspecionadas e eventualmente erradicadas.
A mesma instrução elimina qualquer possibilidade de indenização no caso de erradicações, ponto sensível aos citricultores, que já protocolam ações na Justiça para garanti-la. Procurado, o Fundecitrus não se manifestou.
Veículo: Valor Econômico