O Walmart, maior varejista do mundo, deu seu primeiro passo para assumir o controle direto sobre compras anuais de US$ 100 bilhões em mercadorias, revendidas sob sua marca própria, ao anunciar parceria estratégica com a Li & Fung (L&F), uma empresa de fornecimento de Hong Kong.
A varejista também indicou Ed Kolodzieski, chefe da problemática unidade de Seiyu (Japão), para assumir o controle da iniciativa mundial de fornecimento, que pode render bilhões de dólares em economia. Como parte da estratégia, o Walmart promoverá a fusão de algumas de suas unidades de fornecimento com uma nova unidade da L&F. A empresa de Hong Kong age como intermediária entre fábricas na China e outros lugares do mundo e varejistas e marcas nos Estados Unidos e Europa.
O Walmart terá a opção de assumiu o controle da unidade em 2016, já que busca ter uma relação mais direta com os produtores, o que na prática significa que está subcontratando a L&F para criar o que fará parte de sua própria operação de fornecimento mundial.
A abordagem contrasta com a de outras varejistas e marcas americanas que vêm afastando-se do controle direto de seus fornecedores para reduzir custos. Liz Clairbone, a empresa de roupas que foi uma das primeiras marcas dos EUA a recorrer a produtores mundiais nos anos 90, assinou em 2009 um acordo com a L&F para que esta cuide de seu fornecimento mundial. A L&F já trabalhava com o Walmart e informou que a nova unidade, WSG, aumentará sua fatia nas operações do Walmart e, em seu primeiro ano de operações, criará capacidade de fornecimento de produtos no valor de até US$ 2 bilhões para a varejista.
"O Walmart é tão grande que pode trazer muito valor para a Li & Fung", disse o presidente da L&F, Bruce Rockowitz. A WSG, de início, empregará "centenas" de pessoas, segundo o executivo. "A WSG será uma mini-Li & Fung."
Walmart gasta cerca de US$ 100 bilhões com compra de produtos de marca própria, como os selos de roupas Faded Glory e George ou o de alimentos Great Value. Atualmente compra menos de 20% dessas mercadorias diretamente dos produtores e, para o restante, vale-se de agentes intermediários, como a L&F.
Eduardo Castro-Wright, chefe das lojas do Walmart nos EUA, disse que a varejista está "redefinindo como encomendamos os produtos que são importados por nossos mercados de varejo Walmart por todo o mundo." Em outubro, ele estimou que passar a fazer compras diretas poderia reduzir os custos entre 5% e 15% ao longo da rede de fornecimento, dentro de cinco anos - o que indica possíveis economias de US$ 4 bilhões a US$ 12 bilhões, caso a varejista atinja sua meta de longo prazo de passar a comprar diretamente dos fabricantes cerca de 80% dos produtos de marca própria.
Veículo: Valor Econômico