Países do Bric vão puxar vendas de medicamentos

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O mercado global farmacêutico deverá movimentar em 2010 entre US$ 820 bilhões e US$ 830 bilhões, um crescimento de 4% a 6% em relação a 2009, segundo estimativas da consultoria IMS Health. A expansão será puxada pelos países em desenvolvimento, afirmou Raymond Hill, gerente-geral da consultoria IMS no mundo.

 

Nos últimos cinco anos, as vendas globais das indústrias farmacêuticas cresceram cerca de 40%. Mercados mais maduros, como os EUA, sentiram mais o efeito da crise, segundo Hill. Mas os países do Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) deverão ser o motor de expansão nos próximos anos.

 

A expectativa é que até 2013 o mercado brasileiro cresça entre 8% e 11% e o chinês, entre 23% e 26%. As taxas são altas, se comparadas com a expectativa de expansão global, entre 4% e 7%, entre 2008 e 2013. Já nos chamados mercados maduros, que incluem os EUA, Japão, França, Alemanha, entre outros, o índice deverá ficar entre 2% e 5%.

 

"A China é um mercado muito competitivo. Além do crescimento da economia, o governo está promovendo mudanças na área de saúde", afirmou Hill. Em 2003, o país ocupava o 10º lugar no ranking das vendas de medicamentos. A expectativa para 2013 é que a China alcance o 3º lugar.

 

Para o Brasil, o cenário é positivo. O país deverá ficar em 8º nos próximos três anos, avançando uma posição no ranking comparado a 2003. A economia estável, o maior acesso a medicamentos e as políticas do governo na área de saúde também colocam o país na rota de potencial investimento de grandes grupos. Grandes multinacionais estão olhando o mercado brasileiro como potencial para grandes aportes.

 

O avanço das vendas de medicamentos genéricos é uma tendência mundial. "Não dá para dizer quanto este mercado poderá avançar. Nos Estados Unidos, por exemplo, as vendas de remédios com prescrição médica podem chegar a 50% para os genéricos nos próximos 10 anos", disse. Em países com programas de reembolso governamental em saúde, a preferência é para medicamento de baixo custo, desde que tenha a mesma eficácia dos de marcas, o que estimula os genéricos.

 

As políticas dos governos a favor dos produtos genéricos e a expiração de patentes de remédios de marca são alguns dos fatores responsáveis por esse avanço. No Brasil, as vendas totais de medicamentos em 2009 somaram R$ 30,2 bilhões, dos quais 15%, ou R$ 4,5 bilhões, foram de genéricos, segundo informou a Pró-Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos). De cada 100 unidades vendidas no país, 20 são de genéricos.

 

Hill também acredita que os movimentos de concentração deverão continuar, embora o setor farmacêutico alterne momentos de "altos e baixos" neste sentido. No Brasil, o momento é de consolidação. Nos últimos meses, dois grandes negócios foram realizados - a compra da Medley pela companhia francesa Sanofi-Aventis e a da Neo Química, de Goiás, pela Hypermarcas. Outros negócios deverão ser concretizados ainda este ano no país.

 

"Há vários desafios no médio prazo e grandes oportunidades no longo prazo no setor farmacêutico", afirmou. Para países como o Brasil, por exemplo, o futuro é brilhante, disse Hill.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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