No Rio Grande do Sul, toneladas de prejuízos

Leia em 2min 30s

Culturas de arroz, fumo e feijão são as mais prejudicadas com as chuvas

 

Os milímetros das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul entre de novembro e janeiro agora são convertidos em toneladas de prejuízos. Nos vales do Rio Pardo, Taquari e na Depressão Central, as culturas de arroz, fumo e feijão são as mais prejudicadas.

 

O fumo, segundo dados da Associação de Fumicultores do Brasil (Afubra), terá redução na produção estimada em 100 mil toneladas nos três Estados do Sul. A previsão de colheita era de 780 mil toneladas. Prejuízo em torno de R$ 680 milhões.

 

Números apurados pela Emater-RS dão a dimensão de quanta água atingiu o Estado. Em São Luiz Gonzaga, nas Missões, até a semana passada, havia chovido 398mm em janeiro, para uma média histórica de 156mm. Em Santa Maria, na região central, foram 402mm, para uma média de 144mm. São 44.960 mil propriedades afetadas, em 79 municípios. "Houve prejuízo nas estruturas e organização das propriedades, mas esses valores não aparecem nos cálculos de perdas", afirma Nilo Cortês, do escritório regional da Emater em Estrela, no Vale do Taquari.

 

Das 375 mil toneladas de fumo que deveriam ser colhidas, serão 312 mil toneladas, afetando 95.690 famílias produtoras no Estado. O esforço agora é garantir um bom preço. Nesta semana, as seis federações de trabalhadores e de produtores dos três Estados, mais a Afubra, iniciaram as negociações. No ano passado, o quilo do fumo ficou em R$ 5,42. Estima-se um aumento para R$ 6,80.

 

Também por causa das chuvas o plantio de arroz se deu fora de época. Números do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) mostram que houve redução de 31.892 hectares na área plantada, de 1.105.728 no ano passado para 1.073.836. Um terço dos produtores, em razão das condições climáticas, fez o plantio fora de época, o que pode acarretar menor produtividade. Conforme o Irga, 8.053 hectares tiveram de ser replantados. Com as recentes chuvas de janeiro, porém, 39.349 hectares estão submersos.

 

No caso do feijão, os maiores problemas afetaram os plantadores do Vale do Taquari e da Depressão Central, que respondem por um quarto da área plantada no Estado. A quebra de 48% nessas regiões, porém, pode ser compensada pelo bom desempenho em outras áreas, como Médio e Alto Uruguai. Ao final, os 84.143 hectares produzirão as 98.600 toneladas esperadas.

 

No Vale do Taquari, enxurradas e alagamentos mataram 4.500 animais. Somente na granja Kunz, na cidade de Travesseiros, foram 3.600 suínos. Na Granja Marquesa, em Marques de Souza, entre as 480 perdas havia matrizes genéticas. Essas propriedades ficam próximas dos rios Forqueta e Fão, que saíram do leito, causando inundações e estragos.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Safra de feijão deve ter perda de 11% no Paraná

As chuvas que caem sobre o Paraná nos últimos meses já mostram seus efeitos na primeira safra de fe...

Veja mais
Chuva recorde ameaça 2ª maior safra de grãos

Governo previu safra de 141,3 milhões de toneladas, mas excesso de umidade pode reduzir a produção ...

Veja mais
Nos tempos do supervarejo

Um grande negócio em curso que pode esquentar mais ainda a guerra do varejo é a compra do Carrefour na Am&...

Veja mais
P&G tem lucro menor, mas receita cresce 6,4%

A Procter & Gamble, a maior fabricante de produtos de consumo do mundo, registrou queda no lucro do quarto trimestre...

Veja mais
Venda de chocolate para Páscoa está até 15% maior e preço deve subir

A indústria brasileira de chocolate comemora os bons resultados de 2009 e espera vendas ainda melhores neste ano....

Veja mais
Países do Bric vão puxar vendas de medicamentos

O mercado global farmacêutico deverá movimentar em 2010 entre US$ 820 bilhões e US$ 830 bilhõ...

Veja mais
Aditivo do tanquinho

Segundo a Unilever, 57% das pessoas que têm máquina de lavar utilizam o modelo tanquinho. Atenta a este con...

Veja mais
Shopping debaixo de chuva

Praia de paulistano é shopping center, principalmente, em dias de chuvas. Mas, as últimas tempestades t&ec...

Veja mais
Para cortar custo, Walmart assume compras

O Walmart, maior varejista do mundo, deu seu primeiro passo para assumir o controle direto sobre compras anuais de US$ 1...

Veja mais