Culturas de arroz, fumo e feijão são as mais prejudicadas com as chuvas
Os milímetros das chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul entre de novembro e janeiro agora são convertidos em toneladas de prejuízos. Nos vales do Rio Pardo, Taquari e na Depressão Central, as culturas de arroz, fumo e feijão são as mais prejudicadas.
O fumo, segundo dados da Associação de Fumicultores do Brasil (Afubra), terá redução na produção estimada em 100 mil toneladas nos três Estados do Sul. A previsão de colheita era de 780 mil toneladas. Prejuízo em torno de R$ 680 milhões.
Números apurados pela Emater-RS dão a dimensão de quanta água atingiu o Estado. Em São Luiz Gonzaga, nas Missões, até a semana passada, havia chovido 398mm em janeiro, para uma média histórica de 156mm. Em Santa Maria, na região central, foram 402mm, para uma média de 144mm. São 44.960 mil propriedades afetadas, em 79 municípios. "Houve prejuízo nas estruturas e organização das propriedades, mas esses valores não aparecem nos cálculos de perdas", afirma Nilo Cortês, do escritório regional da Emater em Estrela, no Vale do Taquari.
Das 375 mil toneladas de fumo que deveriam ser colhidas, serão 312 mil toneladas, afetando 95.690 famílias produtoras no Estado. O esforço agora é garantir um bom preço. Nesta semana, as seis federações de trabalhadores e de produtores dos três Estados, mais a Afubra, iniciaram as negociações. No ano passado, o quilo do fumo ficou em R$ 5,42. Estima-se um aumento para R$ 6,80.
Também por causa das chuvas o plantio de arroz se deu fora de época. Números do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga) mostram que houve redução de 31.892 hectares na área plantada, de 1.105.728 no ano passado para 1.073.836. Um terço dos produtores, em razão das condições climáticas, fez o plantio fora de época, o que pode acarretar menor produtividade. Conforme o Irga, 8.053 hectares tiveram de ser replantados. Com as recentes chuvas de janeiro, porém, 39.349 hectares estão submersos.
No caso do feijão, os maiores problemas afetaram os plantadores do Vale do Taquari e da Depressão Central, que respondem por um quarto da área plantada no Estado. A quebra de 48% nessas regiões, porém, pode ser compensada pelo bom desempenho em outras áreas, como Médio e Alto Uruguai. Ao final, os 84.143 hectares produzirão as 98.600 toneladas esperadas.
No Vale do Taquari, enxurradas e alagamentos mataram 4.500 animais. Somente na granja Kunz, na cidade de Travesseiros, foram 3.600 suínos. Na Granja Marquesa, em Marques de Souza, entre as 480 perdas havia matrizes genéticas. Essas propriedades ficam próximas dos rios Forqueta e Fão, que saíram do leito, causando inundações e estragos.
Veículo: O Estado de S.Paulo