Campinas busca reciclagem de lixo eletrônico

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Anualmente, de 20 a 25 milhões de toneladas de produtos eletrônicos, grande parte de forma inadequada, são descartados no planeta, conforme o Greenpeace. Por conter materiais pesados e tóxicos [mercúrio, chumbo, cádmio, belírio e arsênico], o descarte irresponsável gera riscos de contaminação humana, da água e solo. Segundo a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), só 10% dos computadores são reciclados no mundo. Em Campinas, a empresa CRMG Network & Security já encontrou uma solução inteligente e saudável para transformar esse "lixo eletrônico" em estações de trabalho para serem doadas a entidades assistenciais que queiram promover programa de inclusão digital. A CRMG Network & Security é uma empresa especializada em desenvolver soluções em TI com projetos de informática personalizados que atendam às necessidades específicas da cada empresa.

 

Atualmente, o grande problema de empresas de diversos ramos de atividade é com relação ao que fazer com equipamentos obsoletos que são amontoados em uma sala trazendo transtornos de espaço. Pensando nisso, o diretor da CRMG Carlos Roberto Monteiro Guimarães resolveu dar destino útil a esse material, promovendo ações de utilização desse material reciclado em estações de trabalho para operar como terminais leves capazes de executar os programas básicos de texto e imagem. A empresa resolveu doar a mão de obra do trabalho de recuperação desses equipamentos que seriam descartados por seus clientes e conseqüentemente doá-los para áreas administrativas ou programas de inclusão digital de entidades ou instituições que desenvolvam trabalhos junto a comunidades carentes.

 

Campinas é um polo de tecnologia, mas a exemplo de outros grandes centros reúne grande número de excluídos que não têm acesso a um computador, ou internet. Com esse trabalho a CRMG espera minimizar um pouco essa exclusão digital. Carlos Guimarães explica que as empresas quando estão reformulando seus computadores e implantando esse novo sistema de rede desenvolvido pela CRMG optam por equipamentos modernos que não utilizam CPU. Monitor CRT, por exemplo, ninguém compra mais, pois não há funcionalidade nem para o vidro da tela.

 

Para ser transformado em terminal de trabalho, os computadores antigos precisam ter apenas placa mãe, processador (a partir do k6-2) e 128 Mb de memória. Além de placa de rede. Isto porque todos os dados (arquivos) e o sistema operacional estarão armazenados somente no servidor, que compartilha o uso das funcionalidades (CD-ROM, DVD, impressoras) com usuários dos demais terminais.

 

"Nós começamos a trazer para a empresa, dar uma manutenção nesse material descartado por nossos clientes. Nesse caso da rede a gente tira o HD, aproveita a placa mãe, o processador, a memória e a caixa da máquina. Ligando essa rede nos servidores ela se torna uma máquina rápida, pois todo o processamento onde fica hospedado o sistema operacional, o software, os aplicativos é no servidor, então a máquina só inicializa e busca tudo nesse servidor", explica.

 

Estação

 

Cada estação de trabalho é um computador com teclado, mouse, CPU e monitor. A primeira doação feita pela CRMG contou com 8 estações, e para a próxima doação são 6 estações, o servidor e com o switches. "As estações de trabalho atendem com excelência os usuários, seja na área administrativa, aulas de informática, consultas escolares ou outro programa ou projeto de inclusão digital, por oferecerem todas as ferramentas básicas (editor de texto, planilha eletrônica, editor de imagem, navegador de internet, correio eletrônico etc.) e, ainda, garantirem uma solução consciente e inteligente para o lixo eletrônico", lembra Guimarães.

 

Não há gastos com software já que o sistema operacional utilizado é o Ubuntu (Linux), um software livre, ou seja, não precisa ser comprado, pois é disponibilizado gratuitamente a qualquer interessado. Já o servidor e o switch para permitir o trabalho em rede e a conexão dos equipamentos à internet precisam ser adquiridos e custam cerca de R$ 800 e R$ 60, respectivamente, mas, muitas vezes os antigos podem ser reaproveitados quando da substituição por modelos mais potentes.

 

Segundo Guimarães, a ideia de recuperar os computadores obsoletos de seus clientes, entre eles o Center Fabril, BF-ETTO, Escola Associativa Waldorf Veredas e o Ateliê da Notícia, amadureceu justamente pela consciência dessas empresas, que atuam nos mais diferentes ramos de atividade, quanto aos conceitos da TI Verde (tecnologia da informação aplicada de forma sustentável), incorporados aos seus projetos de informática. Guimarães diz que algumas das empresas estão solicitando projetos para verificar se parte dos equipamentos antigos pode ser aproveitada.

 


Veículo: DCI


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