O varejo teve, em janeiro, alta de 7,11% nas vendas a prazo em comparação com janeiro de 2009. Nesse período, também ocorreu queda de 3,14% na inadimplência e aumento de 3,12% nos cancelamentos de registros no Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC). Quando a comparação é feita entre janeiro e dezembro do ano passado, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) verificou que houve aumento de 5,67% na inadimplência e diminuição de 19,03% na reabilitação do crédito para consumidores.
O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Júnior, ressaltou ontem, ao apresentar o levantamento, que o aumento de 3,12% nos cancelamentos de registros no SPC significa a volta do crédito para muitos consumidores e, portanto, perspectiva de crescimento nas vendas para os próximos meses. "É o índice que mais nos entusiasmou em janeiro", comentou.
Segundo avaliou, se a tendência de queda do risco de inadimplência continuar, o varejo poderá até neutralizar os efeitos de uma elevação da taxa de juros Selic. Para Pellizzaro, o consumidor brasileiro está mais cuidadoso depois da crise, o que permite concluir que a tendência é de queda da inadimplência. Atualmente, a taxa está em 8,75% ao ano, mas o mercado já trabalha com um aumento, porque o Banco Central está atento às crescentes pressões inflacionárias.
O presidente da CNDL admitiu que há pressão de demanda, mas disse acreditar que a indústria tem capacidade suficiente para evitar um aumento generalizado dos preços. Pellizzaro também criticou a proposta de redução da carga semanal de trabalho das atuais 44 horas para 40 horas. Ele explicou que, se a mudança for aprovada no Congresso, ela pode significar o fechamento de muitas micros e pequenas empresas de varejo no país. O setor, segundo ele, é integrado por 95% de micros e pequenas lojas.
Veículo: Valor Econômico