Sob pressão

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Para sair da crise, a Wap amplia linha de produtos e agora investe até em eletroportáteis

 

Poucas empresas conseguem a proeza de fazer com que seus produtos virem sinônimo de categoria de mercado. São ainda mais raras as companhias que mantêm esse status ao enfrentar dificuldades financeiras. Trazida ao Brasil em 1975 pelo alemão Wolfgang Tögel, a Wap se enquadra nesse grupo seleto. Maior fabricante de lavadoras de pressão - aqueles jatos d´água disparados a toda força - do Brasil, a Wap se transformou durante muito tempo numa espécie de empresa itinerante.

 

Como durante muito tempo viveu sob o peso de balanços negativos, ela foi passando de mão em mão. Entre os grupos que já foram seus controladores estão o dinamarquês Incentive-Alto, o fundo brasileiro Infracapital e até a concorrente sueca Electrolux. Em 2007, foi adquirida pelo grupo Lexys, composto por investidores do Paraná. "Quando compramos a marca em um leilão ela estava parada há dois anos", disse à DINHEIRO Geraldo Pougy, diretor-geral da Wap Brasil, em sua primeira entrevista. "Sabíamos que, se bem gerenciada e com um novo posicionamento, ela voltaria a dar lucro."


 
Em 2009, as vendas atingiram R$ 62 milhões, resultado 67% maior que o registrado no ano anterior. Com velocidade de expansão maior, o lucro apareceu pela primeira vez em uma década, segundo Pougy. O plano de reposicionamento envolveu uma nova estratégia de distribuição. A primeira iniciativa foi ampliar as vendas no varejo. "Com isso, a presença da marca subiu de 150 revendas profissionais para 1.500", diz Édla Pavan, diretora comercial da Wap. "Passamos a ocupar espaço em gôndolas do WalMart, Extra, Casas Bahia e Carrefour." A grande tacada, porém, foi aumentar a linha de produtos.

 

O catálogo da Wap, composto apenas de dez lavadoras e cinco aspiradores, triplicou em dois anos. Resultado: o número de clientes da companhia subiu de 800, em 2006, para seis mil, em 2009. Há ainda um plano inédito na manga. Neste ano, a empresa investirá R$ 1,5 milhão em lançamentos como liquidificadores e batedeiras, acessórios automotivos e ferramentas. Vai funcionar? "O lançamento de produtos em áreas diferentes precisa ser feito gradualmente para não confundir o consumidor e dar tempo para que as novidades sejam aceitas", diz Jaime Troiano, do grupo Troiano de Branding.

 


Veículo: Revista Isto É Dinheiro


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