Catarinense Cordilat inova e já incomoda rivais de maior porte

Leia em 4min

A companhia de laticínios catarinense Cordilat começa a incomodar as grandes do setor. O trunfo da empresa está no lançamento do leite longa vida UHT em embalagem sachê. Daniel Tozzo, produtor e empresário, estima aumentar, em 2010, o faturamento anual do grupo de R$ 35 milhões para mais de R$ 60 milhões com a planta recém-inaugurada. De acordo com Tozzo, foram investidos R$ 15 milhões na fábrica, que possui estrutura para processar um total de 500 mil litros do produto por dia.


A ideia inicial é operar 100 mil litros diários do leite integral e desnatado na nova embalagem, com capacidade de envasamento que pode variar de 200 mililitros a dois litros. "Em até cinco anos devemos trabalhar com todo o potencial da planta", prevê.


Estatística da empresa que atua em Sergipe, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, aponta de 2008 para cá crescimento de 40%. As unidades de maior processamento da Cordilat estão em Cordilheira Alta e Ponte Serrada, na região oeste catarinense. Desde 2003, o laticínio processa 150 mil litros de leite por dia. Destes, 70 mil litros são transformados em queijos prato, mussarela, provolone, minas frescal e ricota fresca, além de manteiga e creme de leite pasteurizado. O restante, 80 mil litros, segundo o empresário, é comercializado em outras empresas do setor.


A Cordilat conta com 1.000 produtores familiares de Cordilheira Alta, Chapecó, Xaxim, Coronel Freitas e outros 20 municípios que fornecem os 150 mil litros de leite por dia. Outros 15 mil litros de leite por mês são provenientes de produção própria.


Ao todo são 13 mil cabeças de gado leiteiro, principalmente das raças jersey e holandês. "Em nossa propriedade trabalhamos o aperfeiçoamento genético, com inseminação e investimos em estudos voltados à qualidade e pastagens", explica Tozzo.


De acordo com o empresário, a partir deste ano, os produtores cadastrados na Cordilat receberão prêmios de incentivo à qualidade, além da assistência técnica, treinamento e orientação já oferecidos pela empresa.


No nordeste, a planta arrendada com opção de compra, em junho de 2009, tem capacidade de processar 250 mil litros de leite por dia, mas hoje opera com 70% da capacidade.


Este ano, a Cordilat Alimentos, como é registrada em Sergipe, começou a operar processo de secagem de leite em pó. "Estamos estudando a possibilidade de daqui um ano levar o leite longa vida sachê para lá", adianta.


Segundo Tozzo, a empresa deve, a partir de 2011, também exportar o leite em pó nordestino. "Pretendemos deixar pelo menos uma planta para exportação, mas ainda é outro objeto de estudo", diz.


A nova embalagem da Cordilat, o sachê 100% reciclável, segundo o empresário, tem custo 50% menor do que a embalagem de caixinha e deve impactar preços do varejo. O que pode também incomodar as empresas fabricantes da embalagem tradicional. "O preço do litro de leite longa vida ao consumidor final deve cair de R$ 0,15 a R$ 0,20."


A nova tecnologia em embalagem 100% polietileno, que garante validade de mais de 90 dias sem necessidade de refrigeração será lançada ainda neste mês na Região Sul, e deve ser levada a outros estados, como, por exemplo, São Paulo. "Tudo vai depender de logística. Ainda não sabemos se vamos alocar equipamento em outros laticínios ou se vamos disponibilizar o produto final de Santa Catarina", comenta.


Por enquanto, a meta da empresa até o fim deste ano é de aumentar, na Região Sul, os pontos de venda. O que significa dar um salto de 500 para 5000 pontos, com a inclusão de outras variedades de queijos e principalmente por conta do leite em sachê. "Além de avançarmos no setor, acredito que conseguiremos uma melhor remuneração ao produtor parceiro."


De acordo com Tozzo, a produção de leite em Santa Catarina cresce em um ritmo anual de 15%, com estimativa de dois bilhões de litros de leite produzidos por ano. A região oeste responde por 75% desta produção.


O empresário contou que a Cordilat nasceu, em 2001, de seu projeto de conclusão de curso em administração. "Realizei estudo em 58 propriedades de Cordilheira Alta e descobri que a bacia leiteira do oeste tinha potencial de crescimento. Após a faculdade aprimorei o projeto e o coloquei em prática", conta.


Diversificação


O próximo passo do empresário, que também é voltado a potencial de investimento, será ampliar sua atuação no setor de aves. "Já estamos em processo de negociação de aquisição de um frigorífico. Em breve divulgaremos", diz Tozzo, sem dar detalhes.


Veículo: DCI


Veja também

Nestlé inaugura unidade em Carazinho

Ao inaugurar oficialmente hoje uma unidade industrial em Carazinho, a Nestlé aumenta sua presença no merca...

Veja mais
Supermercados cobram mais que os preços dos encartes

Consumidor deve pagar somente o valor anunciado nas promoções   Dani Costadani.costa@diariosp.com.b...

Veja mais
Carrefour quer brigar por telefonia e atacado

Com as operações brasileiras em alta, puxando os resultados globais da varejista francesa Carrefour, a fil...

Veja mais
Carrefour planeja ter lojas em toods os estados até 2011

Norte e Nordeste são a última fronteira para o grupo francês, que deve investir R$ 2,5 bilhõe...

Veja mais
Para BNDES, criação de 'superfarmacêutica' nacional está próxima

Saúde: Meta é permitir competição com grupos multinacionais e gerar inovação t...

Veja mais
Em terrenos do Carrefour, Gafisa e Rossi terão imóveis

Varejo: Torres de escritório e residências poderão ser construídas ao redor das lojas do grup...

Veja mais
Um novo modelo de negócios move algodão na Bahia

Cenários: Prazo das vendas antecipadas da produção caiu e troca da safra por insumos está ma...

Veja mais
Coelho que faz ola

Como patrocinadora da seleção brasileira, a rede Extra montou um calendário de promoçõ...

Veja mais
Receita com embarques de café sobe 7% em fevereiro

A exportação de café em fevereiro passado (18 dias úteis) alcançou 2,080 milhõ...

Veja mais