Comércio de R$ 1,99 em queda

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Vendas no primeiro bimestre deste ano estão aquém do esperado em Belo Horizonte.

 

Apesar de os produtos populares serem considerados lucrativos por muitos comerciantes, neste início de ano alguns lojistas do ramo ouvidos pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO alegaram que há uma forte retração deste mercado e que as vendas do primeiro bimestre estão aquém do esperado. Entretanto, segundo o presidente da Associação Brasileira de Importadores de Produtos Populares (Abipp), Gustavo Dedivitis, essa queda no primeiro bimestre era esperada e a tendência é que, nos próximos meses, os negócios ganhem novo fôlego.

 

"As vendas no primeiro semestre são sempre mais fracas do que as do segundo semestre. Do total negociado no ano, 30% são fechados de janeiro a junho e o restante, de julho a dezembro", explicou.

 

Para o proprietário da Daniel e Cia Ltda (A Nova BH), Flávio Froes, com duas lojas no centro na Capital (avenidas Paraná e Afonso Pena), os negócios não têm sido rentáveis como já foram em 2008, ano em que faturou R$ 1,2 milhão. "Em 2009, registramos queda de 10% sobre a receita de 2008, que ficou em R$ 1,080 milhão. Os principais clientes - classes C e D - migraram os gastos para outros bens de consumo", afirmou.

 

Para Froes, os bons números de 2008 se devem ao aumento do poder de compra da população de baixa renda, que hoje têm mais acesso ao crédito. No entanto, segundo ele, esses empréstimos começaram a ser quitados em 2009, comprometendo o orçamento e, conseqüentemente, reduzindo os gastos com produtos supérfluos.

 

Sazonalidade - As vendas no início do ano estão com um ritmo bastante lento, acredita Froes, mas, ancorado em datas comemorativas como o Dia das Mães e a Copa do Mundo, ele espera melhores resultados e um crescimento de 10% em 2010. "O comércio de produtos populares é sazonal e é preciso aproveitar as datas. Dos 800 itens do mix, cerca de 60 são destinados à Copa. Todos já em estoque."

 

O gerente de uma das oito lojas Armando Nacionais & Importados, Auzami Moreira da Silva, também já está "de olho" na Copa e, segundo ele, os itens devem chegar às lojas nos próximos meses. "Acredito que as mercadorias irão impulsionar as vendas, hoje ruins. Para se ter uma ideia, antes vendíamos em torno de R$ 3 mil por dia e hoje, apenas R$ 800", revelou.

 

De acordo com Silva, um dos problemas enfrentados pelo comércio de produtos populares é a concorrência. Ele explica que há oito anos o negócio era mais lucrativo e não havia em Belo Horizonte tantas lojas do ramo como atualmente.

 

Já para o gerente da GGX Comércio de Presentes Ltda ME, aberta há oito meses na rua Tupinambás (centro), Lauriel Homero, o maior problema enfrentado pelo setor foi a redução da margem de lucro em função da nova regra para o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS).

 

"O imposto passou a ser pago por substituição tributária. O único consenso é que antecipar o recolhimento no setor produtivo é um ótimo mecanismo para combater a sonegação. No mais, a medida se tornou um desestímulo para a redução de preços. Além do efeito no capital de giro, o sistema de substituição inibe a concessão de descontos. A cada R$ 1 vendido, o lojista fica com apenas R$ 0,30."

 

Ainda segundo Homero, esse segmento ganha com o volume de vendas, porque são produtos de baixo valor. A maioria custa menos de R$ 10. Por isso, o lugar ideal para esse tipo de comércio é uma rua bem movimentada. Uma loja chega a receber 3 mil clientes por dia e 40% dos produtos são importados.

 

Na GGX, as vendas também caíram no primeiro bimestre na comparação com o período imediatamente anterior. Homero explica que a queda nas vendas em janeiro e fevereiro é comum devido ao comprometimento da renda da população com o pagamento de tributos, como o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), entre outros.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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