B2W investe de olho na concorrência

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A B2W, empresa controladora das operações de comércio eletrônico das LojasAmericanas.com, Submarino.com, Shoptime.com entre outras, prevê o aporte de R$ 250 milhões em investimentos às áreas de tecnologia, logística e automação de processos para enfrentar a concorrência de gigantes como Grupo Pão de Açúcar, Walmart e Carrefour, que entrou este ano nas vendas on-line, e também pelo fato de a empresa de Abilio Diniz ter reforçado seu guarda-chuvas com a compra do Ponto Frio e associação com Casas Bahia, fora investimentos pesados de redes médias, como Magazine Luiza e Ricardo Eletro.

 

Apesar da concorrência e de seu lucro líquido ter caído 23% em 2009 frente ao ano anterior (fechando com R$ 47,6 milhões ante R$ 61,8 milhões), a B2W conseguiu se recuperar no último trimestre do ano e quintuplicou seu lucro em comparação com o mesmo trimestre de 2008, além de afirmar ter dinheiro em caixa. Sua receita líquida cresceu 22% chegando a R$ 3,793 bilhões.

 

Para reagir, ainda se antecipou à concorrência ao ir atrás de estudos para dimensionar o potencial de crescimento do comércio eletrônico em 2010. "Enquanto o estudo não é concluído, trabalhamos com uma estimativa de que o setor cresça entre 15 e 35%", disse Murilo Corrêa, diretor financeiro da B2W, durante a divulgação dos resultados.

 

Dados da E-Consulting Corp, empresa especializada em internet, confirmam crescimento semelhante para o setor e indicam que o varejo on-line totalizará R$ 24,9 bilhões - aumento de 14,22% em relação a 2009. Segundo Daniel Domeneghetti, sócio fundador da E-Consulting, a competição será a forte e a B2W deve ser a que mais perderá com isso, porém, assim como as outras redes, deve reforçar sua estratégia de comunicação com o cliente e oferecer preço e prazo.

 

De acordo ainda com Alessandro Gil, diretor da Ikeda, empresa especializada em desenvolvimento de comércio eletrônico, o ano não tem como não ser bom para o e-commerce, que tem crescimentos maiores do que o varejo tradicional, e todas as redes têm se movimentado.

 

Para ele, fatores como o PontoFrio.com ter crescido muito, "o Extra.com melhorou seus serviços e mesmo o Walmart.com, que é recente, está com excelente desempenho.

 

A B2W também tem investido mais em mídia", como afirmou Gil recentemente ao DCI.

 

Concorrência

 

Na concorrência, o Carrefour partiu para o ataque no primeiro trimestre deste ano ao lançar o Carrefour.com. Impulsionado pela promoção de 20% de descontos para os clientes cadastrados, o site já movimentou R$ 6 milhões em vendas, com 14 mil pedidos, só no primeiro dia de operação. Segundo a rede, os resultados superaram as expectativas da empresa. "O canal de vendas pela internet do Carrefour veio para ocupar uma posição importante no segmento" diz Jonas Ferreira, diretor de e-commerce da rede.

 

A rede mineira Ricardo Eletro, que opera neste segmento desde 2003, resolveu desembolsar R$ 5 milhões para reestruturar o Ricardoeletro.com. Segundo Marcelo Ribeiro, diretor de e-commerce da rede, a iniciativa deve trazer um aumento de 200% nas vendas em 2010.

 

Desde novembro, quando lançou o novo site e inaugurou um centro de distribuição (CD), em Contagem (MG), viu as vendas subirem 240% apenas no primeiro trimestre deste ano. "Montamos toda estrutura para vender mais de 20 mil itens porque acreditamos que o e-commerce está explodindo", reforçou o presidente da rede, Ricardo Nunes.

 

Segundo o diretor, a concorrência com os grandes players não inibe metas. "Tudo indica que, em março, vamos superar os resultados dos dois primeiros meses, e conseguiremos vendas ainda melhores no segundo trimestre", avisa. "No mercado sempre existe gigantes, mas não temos medo; temos condições de competir de em pé de igualdade e até com mais agilidade", afirma.

 

Lojas físicas

 

No varejo físico, a Lojas Americanas se prepara para levar adiante seu agressivo projeto de expansão anunciado no fim de 2009, no qual pretende abrir 400 lojas em quatro anos, atingindo 200 novas cidades brasileiras.

 

O investimento previsto é de R$ 1 bilhão, incluindo aberturas e reformas. Hoje, estão em 150 municípios e, para este ano, pretendem abrir de 60 a 70 novas lojas, sendo que 41 já estão com contratos assinados, afirmou Timotheo Barros, diretor de Relações com Investidores da rede.

 

O executivo disse ainda, em teleconferência, que devem buscar novos financiamentos com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a expansão. Em 2009, a companhia fechou com lucro líquido de R$ 152 milhões, alta de 69,8% sobre 2008 - quando foi de R$ 89,5 milhões. Já sua receita líquida foi de R$ 8,335 bilhões, 19,5% acima do valor de 2008.

 

Veículo: DCI


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