Café de Minas nas xícaras dos colombianos

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Produtor importa grão do Brasil.

 

A redução da safra de café na Colômbia está abrindo novas oportunidades de mercado para os cafeicultores de Minas Gerais. No ano passado, os embarques brasileiros para o país alcançaram cerca de US$ 2,6 milhões. O volume exportado foi de 16 mil sacas. Em fevereiro, o volume embarcado atingiu 5 mil sacas, com receita de US$ 356 mil. Do total das vendas externas, a participação de Minas gira em torno de 50% a 60%.
 


De acordo com o diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Guilherme Braga, as exportações de café destinados à Colômbia vêm crescendo nos últimos três anos. A opção por adquirir o produto mineiro se deve à melhor qualidade dos grãos e aos preços mais baixos pagos pela saca do produto.

 

Braga estima que grande parte do grão exportado é produzida no Sul de Minas e comercializada por escritórios (tradings) instalados em São Paulo. O diretor não soube informar quais são as empresas envolvidas nas negociações. O fornecimento do grão é considerado importante, pois a atividade na Colômbia tem forte impacto na economia local. A tradição do produto atrai turistas de várias partes do mundo, o que qualifica ainda mais o grão mineiro.

 

"Oferecer o café comprado no Brasil para consumo interno na Colômbia é uma forma de atestar a qualidade do grão", disse Braga.

 

A queda da produção colombiana é justificada pela renovação dos cafezais, problemas de renda, que reduziram a capacidade de investimentos na produção, e a fatores climáticos. A redução da safra atual foi de 25%, passando das 12 milhões de sacas para 9 milhões de sacas.

 

Conillon - "Os produtores colombianos estão enfrentando problemas com a quebra da safra de café. Nos últimos três anos eles retomaram as importações do Brasil, que já havia acontecido em 2004. O principal grão utilizado é o conillon, que serve de insumo para a produção industrial de café solúvel".

 

A demanda interna da Colômbia gira em torno de 1 milhão de sacas e as exportações consomem aproximadamente 8,5 mihões de sacas. A forma mais lucrativa de atender a demanda e manter os rendimentos em alta é importando café brasileiro e exportando a produção nacional.

 

O grão naquele país é utilizado para consumo interno e nas indústrias produtoras de café solúvel. O café produzido, por ter maior valor de mercado, é destinado às exportações.

 

Segundo dados da Organização Internacional do Café (OIC), o grão colombiano, em fevereiro, foi negociado na bolsa de Nova York a US$ 2,008 mil por peso libra, enquanto o valor de venda do produto brasileiro ficou em US$ 1,216 mil por peso libra, diferença de 71%. A alta cotação do produto colombiano é devido ao subsídio dado pelos Estados Unidos para conter a ação de narcotraficantes, desestimulando a produção de coca no país.

 

"As negociações de compra entre países produtores ainda é recente. A prática não é habitual e para acontecer depende de fatores especiais, como os climáticos. Essas características mostram que o mercado é temporário mas de grande importância".

 

Peso - O café é o segundo item da pauta exportadora de Minas Gerais, perdendo apenas para o minério de ferro. Entre janeiro e fevereiro, as vendas externas do grão totalizaram US$ 503,970 milhões, ante US$ 447,817 milhões registrados no mesmo intervalo de 2009, resultado que equivale a um avanço de 12,54%. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic).

 

Em contrapartida, o volume embarcado da commodity agrícola, em igual comparação, caiu 2,9%, já que foram 191,859 mil toneladas contra 197,525 mil toneladas. A queda relativa à quantidade e a elevação referente ao valor ocorreram em função de que, no intervalo, a saca do grão apresentou valorização de aproximadamente 5%. O café respondeu por 16,82% das exportações mineiras de janeiro e fevereiro de 2010.

 

Veículo: Diário do Comércio - MG

 


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