Fabricante de eletrodomésticos muda estratégia para atender a novas exigências do consumidor com renda de até R$ 1 mil
Neste ano, a cozinha e a lavanderia de muitos brasileiros da chamada “classe C menos” — aqueles cuja renda mensal gira em torno de R$ 1,1 mil — deverão conhecer uma lavadora automática de roupas e um refrigerador tipo “frost-free”. Historicamente, por conta de seu baixo poder aquisitivo, esta camada da população sempre se limitou a adquirir uma lavadora tanquinho e uma geladeira que demandava descongelamento manual. Com a melhoria da renda do brasileiro e a tendência de crescimento de 6% do PIB, Ricardo Cons, diretor de marketing da divisão de linha branca da Electrolux, está otimista em relação às vendas de 2010. “A geladeira frost-free não é tão cara quanto pensam. Com o acesso ao crédito e o parcelamento das compras, muita gente vai adquirir a sua com
apenas R$ 5 a mais na prestaçãomensal”, aposta Cons.
Atualmente, 90% da população brasileira têm uma geladeira. Até há alguns anos, o consumidor ficava por volta de 15 anos com o produto. Hoje, a média caiu para uma década. A Electrolux aposta que a tendência de uso será reduzida pela metade, chegando a cinco anos. Hoje, no nicho de refrigeradores, seu trabalho ocorre em cima da reposição.
A nova leva de consumidores que agora chega à “classeCmenos” deverá impulsionar as vendas de refrigeradores e também de lavadoras automáticas de roupa este ano. “Nosso faturamento vai crescer dois dígitos este ano e vamos lançar, pelo menos, 60 novos produtos”, afirma Cons, em referência à linha branca da empresa.
Hoje, a grande maioria dos brasileiros ainda lava roupas à mão. Somente 41% da população, boa parte de classes mais altas, têm uma máquina de lavar roupa automática na lavanderia. De olho no público C, a Electrolux lança, em abril, a Turbo Compacta 7Kg, lavadora que promete alta performance com agitador e o recurso ECO lavagem, que economiza até 50% de água em comparação ao enxague tradicional. O preço sugerido é de R$ 929 e seu formato é arredondado.
Cons explica que a Electrolux detectou que o consumidor classe C menos possui limitação de espaço — ou não possui uma área para a lavanderia — e frequentemente movimenta a lavadora dentro da residência. Por estes motivos, um aparelho arredondado ocupa menos espaço (e se adapta a espaços limitados). Como é feita de plástico, ela também garante leveza para as movimentações necessárias.
Futura expansão
O aumento de vendas deve fazer comque, em no máximo 24 meses, a Electrolux construa uma ou mais fábricas no Brasil. Hoje ela já tem cinco em operação no país, em polos localizados nas cidades de Curitiba (PR), São Carlos (SP) e Manaus (AM). “Apesar de termos eliminado gargalos e otimizado a produção, em dois anos teremos que expandir nossas fábricas. A demanda do mercado brasileiro é crescente e vai nos levar à expansão”, explica Cons.
De origem sueca, a Electrolux atua emmais de 150 países. A região da América Latina, que tem o Brasil como principalmercado, é a terceiramais importante para a Electrolux hoje. A primeira está na Europa, seguida da América do Norte, enquanto a Ásia/Pacífico ocupa a quarta posição.
Veículo: Brasil Econômico