Onde o brigadeiro foi parar! O docinho ganhou dezenas de sabores, embalagens maravilhosas e virou uma ótima opção de presente nesta Páscoa. A responsável por esse novo perfil do carro-chefe das festinhas infantis foi Juliana Motter.
A moça sempre gostou de cozinha – sua avó era doceira –, mas seguiu os conselhos da mãe e virou jornalista. "Eu fazia brigadeiro para dar de presente. Chegava nas festas sempre com uma bandeja de doces. Era meu hobby", conta. Os amigos lhe apelidaram de Maria Brigadeiro, tamanha a paixão que ela nutria pelas bolinhas de chocolate. Um dia, de tanto lhe perguntarem se ela poderia vender o doce, Juliana aceitou uma encomenda. Na primeira encomenda, foram 1 mil brigadeiros. Foi quando Juliana decidiu que aquela vida de jornalista não era para ela. Seu lugar era na cozinha.
Exóticos – No final de 2008, nascia a marca Maria Brigadeiro, em uma das vilas mais charmosas da cidade, localizada no bairro de Pinheiros, zona oeste da capital paulista.
No total, são 40 receitas diferentes do docinho – desde o tradicional a uma linha inteira com sabores "exóticos", como especiarias indianas, pimenta e wasabi (raiz forte).
Vendidos em originais marmitas (embrulhadas em tecidos variados) ou elegantes caixas de papelão, eles não são baratos. Uma caixinha com quatro unidades sai por R$ 13. Uma marmita com 15 custa R$ 50. Mas o doce vale cada centavo cobrado, principalmente o brigadeiro na versão tradicional. Os cinco campeões de vendas são as versões: tradicional, noir (com 70% de cacau), avelã, chocolate branco e pistache.
Para a Páscoa, o ateliê preparou uma caixa de ovos com 10 brigadeiros sortidos tamanho extra (50 gramas cada). Para completar, a caixa vem em uma sacolinha de feira na clássica estampa da marca em poá marrom. O mimo custa R$ 85.
Fresquíssimos, os brigadeiros são produzidos no dia da entrega, sendo finalizados meia hora antes do horário combinado com o cliente para a retirada do doce. Atualmente, a equipe de funcionários produz em média entre 2,5 mil e 3 mil unidades por dia, mas esse número aumenta nas sextas e sábados, quando são enrolados cerca de 5 mil docinhos diariamente.
Na próxima quinta-feira, dia 25, Juliana inaugura uma loja na Rua Capote Valente, também em Pinheiros. No local, onde já funciona a nova cozinha, uma equipe de 15 pessoas trabalha a todo vapor. Apesar do crescimento, Juliana jura que o método de produção continua artesanal.
Cerca de 40% das vendas são para o segmento corporativo. A empresária atende Samsung, Itaú, Nextel, Citibank, bancos de investimento e fornece o brigadeiro de colher que acompanha alguns pedidos na Flores Online.
E como ela faz para manter a forma diante de tantas tentações? "Eu faço a dieta do brigadeiro. Não tomei café nem almocei hoje. Até agora, só comi o docinho. No começo, engordei 10 quilos – e foram os mais felizes da minha vida", diz a 'Maria Brigadeiro'.
Brigaderia – Na onda do brigadeiro gourmet, as sócias Taciana Kalili e Fernanda Zajd abriram no dia 12 a Brigaderia, no Shopping Market Place, zona sul da cidade.
Até então elas só atendiam por telefone ou email, sempre na propaganda (literalmente) boca a boca. A loja, toda forrada em tecido do estilo 'bandana', nem parece uma doceria. As caixas de madeira também forradas com bandanas viraram a cara da Brigaderia, que recentemente fechou uma parceria com a descolada grife carioca de roupas Farm para a criação de estampas exclusivas para as embalagens.
A dupla produz 13 versões do doce, entre elas paçoca, cocadinha e macadâmia. A caixinha de madeira com nove custa R$ 38. Outra sugestão é a embalagem com três potinhos de brigadeiro de colher (também R$ 38). Mas é possível comprar só o potinho por R$ 6, cada. Há ainda forminhas coloridas de papel para brigadeiro e cupcake da marca sueca Kalasfarm, representada exclusivamente, no Brasil, pela Brigaderia.
Até o fim do ano, Fernanda e Taciana pretendem abrir uma loja no Leblon, no Rio de Janeiro. "Nós sempre pensamos em atuar no varejo para a clientela ter a oportunidade de experimentar o nosso brigadeiro. Nosso objetivo é criar uma rede de lojas próprias, em São Paulo e no Rio. Achamos que São Paulo comporta, no mínimo, 12 pontos de venda", diz Taciana. A Brigaderia tem sete funcionários em São Paulo e a produção gira em torno de 1,5 mil a 2 mil unidades por dia.
Veículo: Diário do Comércio - SP