Maioria cumpre mais que as 40 horas semanais

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Os trabalhadores brasileiros do setor privado com carteira assinada serão diretamente atingidos pela eventual redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, segundo estudo realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT). Pesquisa divulgada ontem mostra que 58,6% dessas pessoas trabalham mais de 40 horas por semana.

 

O estudo diz que a média da jornada de trabalho dos brasileiros é de 40,8 horas semanais, abaixo do limite fixado por lei (44 horas). Contudo, em 2008, 33,7% das pessoas trabalhavam mais de 44 horas por semana e 19,1% cumpriam mais de 48 horas semanais.

 

Outro dado da pesquisa é que os homens trabalham mais horas do que as mulheres. Em 2008, 40,5% das pessoas do sexo masculino tinham jornada de mais de 44 horas semanais, enquanto 24,7% das brasileiras trabalhavam acima do limite legal. O estudo também mostra que 87,8% das mulheres também realizam afazeres domésticos. Para essa atividade, elas mulheres dedicavam 18,3 horas e os homens, 4,3 horas.

 

Um dos responsáveis pela pesquisa, Jon Messenger, acredita que a redução da jornada para 40 horas semanais ocorrerá de maneira gradual em todo o mundo. "Tem havido um movimento de um limite legal de 40 horas semanais. Nem todos os países adotaram essa norma. Apenas metade dos países tem uma jornada de 40 horas", afirmou.

 

Entre as razões para a jornada de trabalho mais extensa do que o definido em lei é que há empregadores que usam as horas extras para aumentar a produtividade dos trabalhadores, que, por sua vez, precisam passar mais tempo no serviço para garantir melhores salários. Segundo Messenger, as áreas nas quais os trabalhadores tem as jornadas mais extensas são as de comércio, hotelaria e comunicação.


Mundo - Em todo o mundo, 614,2 milhões de pessoas trabalham mais de 48 horas semanais, jornada acima das 40 horas por semana adotadas em grande parte dos países. De acordo com os dados da OIT, o contingente representa 22% da força de trabalho mundial. Essa carga horária resulta em problemas para o empregado. "Em alguns casos, começamos a ver problemas com a saúde dos trabalhadores e também com a segurança deles", explicou o responsável pela pesquisa.

 

O gênero e a idade aparecem entre as questões relevantes para determinar a duração do trabalho. Segundo a OIT, os homens tendem a executar jornadas mais longas, porque as mulheres precisam se dedicar ainda à família e à casa. Em relação à faixa etária, os jovens e as pessoas em idade de se aposentar trabalham menos horas.

 

Entre os países onde os trabalhadores cumprem a maior carga horária estão o Peru (50.9%), a República da Coreia (49.5%), a Tailândia (46.7%) e o Paquistão (44.4%). O Brasil está em 13º lugar, com 19.1%.

 

A OIT afirma inda que tentativas de redução da jornada em alguns países têm enfrentado obstáculos porque os empregadores usam as horas extras como forma de aumentar a produtividade dos empregados, que, por sua vez, necessitam trabalhar mais horas para poder garantir melhores salários.

 

Para a entidade, os acordos sobre jornada de trabalho devem favorecer a saúde e a segurança no trabalho, a compatibilidade com a vida familiar, além de promover a igualdade de gênero.

 

A pesquisa foi publicada no livro "Duração do Trabalho no Mundo: Tendências de Jornadas de Trabalho, Legislação e Políticas numa Perspectiva Global Comparada".

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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