Mead Johnson vai ampliar o portfólio

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A multinacional americana Mead Johnson estuda entrar em novas categorias com sua marca Sustagen, de suplemento alimentar. Segundo seu presidente Nestor Sequeiros, estão sendo analisados segmentos como iogurte, bebida pronta para beber, "petit suisse" e barras nutricionais. Essa é uma das iniciativas para alavancar os negócios no Brasil, que ganhou mais importância depois de seu desmembramento da Bristol-Myers Squibb, no ano passado.

 

"Com a separação, o Brasil se tornou uma das prioridades da companhia, temos de lançar produtos, investir. Antes éramos apenas uma divisão. A velocidade das decisões agora é três vezes maior", disse. Sequeiros fala com a experiência de quem trabalhou 12 anos na Mead Johnson quando ainda fazia parte do grupo Bristol, entre 1993 e 2005, na Argentina, no México e nas Filipinas. "O projeto do escritório novo, por exemplo, levou três meses", diz, apontando para o espaço recém-ocupado num moderno edifício às margens do Rio Pinheiros, nas imediações da avenida Luís Carlos Berrini, polo empresarial de São Paulo.

 

O executivo, um argentino de 42 anos que chegou ao Brasil no início de 2009 após três anos na China (onde comandou as operações asiáticas da Tyco Flow Control), pretende fazer o faturamento da Mead Johnson aumentar neste ano mais de 50% - de R$ 64 milhões para R$ 100 milhões.

 

Ele aposta em duas frentes: a marca Sustagen, com a qual é líder no segmento de suplementos nutricionais com 64% de participação, e o mercado de fórmulas para bebês, com a linha Enfamil, a mais vendida em países como a China, mas com pouca presença no Brasil. É por esse segmento, de "nutrição pediátrica", que a empresa é mundialmente conhecida. "É o nosso 'core' business", diz Sequeiros. A empresa fechou 2009 com receita líquida global de US$ 2,8 bilhões, 2% menos que em 2008. O lucro líquido subiu 2,4%, para US$ 410,6 milhões.

 

Só no Brasil o Sustagen é o carro-chefe. Hoje a empresa inaugura em São Bernardo (SP) uma fábrica do produto, a primeira planta independente da Mead Johnson na América do Sul (até agora a linha estava sendo feita na unidade brasileira da Bristol). O suplemento foi lançado no país em 1963. "É uma marca tão forte que estamos pensando em expandir para outras categorias". Os novos produtos serão voltados para o público infantil, acompanhando a estratégia que a empresa vem adotando há pouco mais de dez anos, com o lançamento do Sustagen Kids, para crianças, tentando desfazer a imagem de que suplementos nutricionais são dirigidos unicamente para convalescentes. Uma nova campanha publicitária da linha Kids acaba de entrar no ar na TV.

 

Tanto em suplementos nutricionais, como em fórmulas infantis, a empresa enfrenta concorrentes de peso, como as multinacionais Nestlé e Danone. Segundo a Nestlé, o mercado de complementos alimentares cresce no Brasil a uma taxa média de 10% ao ano e a empresa prevê lançamentos para avançar nesse nicho em 2010, como um produto voltado para idosos. Hoje, a Nestlé vende sete tipos de suplementos no país e seu principal é o Nutren Active - concorrente direto do Sustagen. A Danone, além do Sustain regular, tem o Sustain Júnior, para crianças.

 

No segmento de fórmulas para bebês, também conhecidas como "leites infantis", a disputa para a Mead Johnson é mais dura, já que só lançou a linha Enfamil no Brasil em 2008, com distribuição pequena. Os concorrentes NAN, da Nestlé, e Aptamil, da Danone, estão no mercado há mais tempo e têm preço menor. Mas o executivo não vê isso como um problema. "Nosso produto é mais caro, mas é superior."

 

Para convencer o consumidor, a Mead Johnson, e as rivais, investem na comunicação com os pediatras - a propaganda de fórmulas infantis é proibida no Brasil para não desestimular o aleitamento materno.

 

Veículo: Valor Econômico


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