O preço médio pago ao produtor de feijão de cor - incluindo o carioquinha, rubi e rajadinho - valorizou em um ano 74%, passando de R$ 66 a saca de 60 quilos para R$ 115 neste ano. A valorização é resultante da falta de produto de qualidade - em função do excesso de chuva na colheita - e da pouca oferta do produto no mercado em função da redução da área cultivada.
Dados do Departamento de Economia Rural (Deral), do núcleo regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) mostram que entre 22 de abril e 24 de maio do ano passado o preço médio pago ao produtor de feijão de cor era de R$ 66 a saca de 60 quilos. Neste mesmo período de 2010 o preço médio ficou entre R$ 100 a R$ 115. O engenheiro agrônomo do Deral, José Roberto Tosato, explica que são dois os fatores responsáveis pela reação dos preços do feijão de cor. Entre eles está a redução na área cultivada neste ciclo com relação ao anterior. "Muitos produtores deixaram de plantar feijão já que não havia perspectivas de reação de preço a curto prazo e mudaram para a soja", diz. Conforme Tosato, a área plantada neste ano chega em torno de 38 mil hectares, com produtividade média de 2,1 mil a 2,2 mil quilos por hectare e produção de 83 mil toneladas. "Se comparáramos com a safra passada houve diminuição do feijão ofertado. Isso fez com que os preços reagissem", explica. Outro fator é a baixa qualidade do produto. "O excesso de chuva durante o período de colheita afeta ainda mais o cenário e os preços reagem", acrescenta.
O coordenador da área de Comércio de Grãos da Cooperativa Agrícola Mista (Coopagrícola), Silvério Laskos, diz que o volume de feijão de cor estocado na cooperativa neste ano é pequeno já que o produtor plantou menos em função do risco. Ele diz que os produtores que colheram há aproximadamente um mês conseguiram um produto de qualidade, diferentemente dos que deixaram para tirar o produto do campo agora, período marcado pelo excesso de chuva, condição que afeta a qualidade do grão. "A demanda por qualidade é significativa", diz. O administrador da Pontarollo Comércio de Cereais Ltda, William Pontarollo, diz que a valorização é resultante da ausência de produto com qualidade no mercado.(P.B.M.D)
Veículo: Jornal da Manhã