A febre do frozen iogurte, um "sorvete do bem" que, juram os fabricantes, não engorda - ou engorda menos -, causou uma explosão de franquias nos últimos dois anos no Brasil. Até estrelas como os cantores Chitãozinho e Xororó e o apresentador da TV Luciano Huck entraram na onda e abriram suas lojas.
A prova de que o negócio anda fervilhando está nas filas de pessoas dispostas a esperar até 20 minutos e desembolsar entre R$ 8 e R$ 10 para saborear um produto com aparência similar à de uma casquinha do Mc Donald ' s, que custa R$ 1,50. A diferença é que o frozen tem 80 calorias e o segundo, 196.
A fabricante de máquinas de sorvetes e frozens Top Taylor do Brasil, braço da americana de mesmo nome, aumentou em 40% sua produção em 2009. "É uma moda que veio para ficar", diz Odair Coimbra, diretor comercial da empresa. "As redes que estão surgindo têm planos de montar umas 300 lojas no curto prazo", diz.
A profusão de franquias de frozen iogurte no mercado nacional começou em 2007, pela orla carioca. Foi quando a ex-comissária de bordo da Varig Un Ae Hong abriu a sua primeira loja, em Ipanema - a Yogoberry. Hoje são 36 unidades. A também carioca Yogofresh começou a tomar forma durante uma viagem a Nova York das amigas e sócias Clarice Calimã e Larissa Dadalto. "Estava 12 graus, era meia-noite, e nós contamos 32 pessoas na loja. E pensamos: isso só pode ser um ótimo negócio", conta Calimã, que largou a carreira numa empresa de intercâmbio para montar a rede, com investimento de R$ 1 milhão. A primeira loja abriu as portas em janeiro, no Rio. Hoje são 23 pelo país. Haverá mais 50 nos próximos dois meses. "É um produto muito fácil de administrar e com baixo custo", diz. Uma loja padrão, com 50 metros quadrados, fatura entre R$ 70 mil e R$ 120 mil, com uma margem de 30%. E demanda apenas oito funcionários. Segundo Dadalto, um dos diferenciais da Yogofresh foi desenvolver um frozen de chocolate, além dos sabores natural e de chá verde. "Conseguimos incluir as crianças e os maridos no consumo, já que os sabores originais, azedinhos, são mais apreciados por mulheres", diz. "Assim, virou um opção para toda a família."
A dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó comprou em janeiro 70% da Thathagurt. Os 30% restantes ficaram com o fundador da empresa, Reanto Higa. "O único problema é que a concorrência está ficando muito acirrada", diz o executivo Junior Cabrino. "Queremos abrir 25 lojas da Thathagurt em 2010 e vamos colocar lounges e espaços para reunião para manter o cliente na loja, como faz a Starbucks." Luciano Huck, por sua vez, entrou no ramo de sorvetes de iogurte em parceria com o amigo Alexandre Accioly. Juntos têm 50% das franquias da Yoggi, bandeira que surgiu em 2008, no Rio. São 20 pontos de venda e previsão de mais 30 neste ano.
Quem não quiser entrar no negócio por meio de uma rede nacional pode optar pela americana Tutti Frutti. Com 170 lojas em 14 países, a rede se diferencia das demais por oferecer um modelo de negócios baseado no self service e na venda por quilo.
"Não queremos que os nossos clientes fiquem em filas, mas, sim, que possam fazer o seu próprio frozen iogurte, escolhendo os ingredientes", diz Miriam Jikal, sócia da Tutti Frutti no Brasil. A primeira loja foi aberta no Shopping Morumbi, em São Paulo. Outras cinco estão saindo do forno. O valor do investimento inicial em uma franquia Tutti Frutti oscila entre R$ 450 mil e R$ 600 mil, incluídos equipamentos e instalações.
Em geral, montar uma franquia de frozen iogurte demanda de R$ 250 a R$ 500 mil em investimentos. O retorno se dá em média em 18 meses - o faturamento pode oscilar entre R$ 70 e R$ 150 mil.
Veículo: Valor Econômico