Furacão na América Central abre brecha ao café brasileiro

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 O café cereja descascado (lavado) do Brasil deve ganhar espaço no mercado externo. A temporada de furacões na América Central impacta na produção do grão e causa insegurança no mercado internacional.

 

De acordo com Gil Barabach, analista da Safras & Mercado, o embarque do lavado nacional é mais difícil por não ser certificado por Nova York. "O Brasil está na boca da safra. Já existe interesse, que está se alinhavando", adianta.

 

A previsão de especialistas, segundo Barabach, é de que a tempestade tropical Agatha seja mais forte do que foi o Katrina. "Com outro agravante, os estoques de café no continente estão com níveis históricos baixos", observa.

 

Os furacões devem prosseguir até novembro. "Os estragos podem afetar, além da produção, a logística e a armazenagem", diz.

 

De acordo com a XP Investimentos, algumas fazendas de café foram atingidas, porém a própria tempestade cortou as linhas telefônicas, tornando difícil a divulgação dos danos causados. A Guatemala é o principal produtor de café da América Central, sendo responsável por algo em torno de quatro milhões de sacas.

 

Ainda segundo Barabach, se as tempestades atingirem a Guatemala, Honduras, México e os Estados Unidos a dimensão da gravidade e o consequente reflexo nas exportações brasileiras serão incalculáveis.

 

Dados da Safras apontam uma estimativa de produção para a safra 2009/2010 de 17,5 milhões de toneladas na América Central e na do Norte. Já o Brasil, segundo o analista, a previsão é de safra cheia, de 55 milhões de sacas. O que representa 56% da colheita mundial, projetada em 125 milhões de sacas.

 

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), a exportação brasileira de café em maio (21 dias úteis) alcançou 2,077 milhões de sacas de 60 quilos, o que representa elevação de 2,35% em relação ao mesmo mês do ano passado. Em termos de receita cambial houve elevação de 24,74% no período, para US$ 321,8 milhões, em comparação com US$ 258 milhões em maio de 2009.

 

Quando comparada com o mês anterior, a exportação de café em maio apresenta queda de 5,5% em termos de volume, pois em abril passado foram embarcadas 2,199 milhões de sacas. A receita cambial é 7,16% menor, considerando faturamento de US$ 346,6 milhões em abril.

 

No entanto, de acordo com Guilherme Braga, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), qualquer levantamento no sentido de queda no volume exportado é parcial, já que amanhã será divulgada estatísticas oficiais. "Maio é o último mês do quadrimestre, ainda não dá para precisar diminuição de volume", afirma.

 

Mercado Futuro

 

Dados da XP Investimentos mostram que na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) o vencimento setembro chegou a trabalhar, na semana passada, em US$ 158,40, com forte pressão do euro desvalorizado e do petróleo.

 

Um movimento gráfico em Nova York, com o rompimento de uma zona de resistência importante na casa de US$ 135,00 e posteriormente em US$ 135,70, foi o estopim para uma esticada forte do mercado. Em poucos minutos os preços de setembro na BM&F bateram US$ 163,00. No fechamento, os mercados voltaram um pouco, com o café em Nova York com vencimento em julho a US$ 136,55, alta de 1,71%. Em Londres, o vencimento de julho fechou a US$ 134, 9, alta de 0,82%. Setembro, na BM&F, ficou em US$ 161,90, alta de 1,18%.

 


Veículo: DCI


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