Depois da queda, Dedini se anima e prevê crescer até 40%

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Depois do baque do ano passado, quando as vendas despencaram 50%, a Dedini Indústrias de Base se recompõe e aposta que chegará a dezembro revigorada, ainda que parcialmente. "Prevemos que as vendas crescerão entre 35% e 40% em relação a 2009", estima Sérgio Leme dos Santos, presidente da companhia.

 

Para conseguir essa meta, a Dedini teve de repensar sua estratégia. Tradicional fornecedora de máquinas, equipamentos e soluções para o setor sucroalcooleiro e vários outros segmentos, a companhia viveu seus anos dourados no período de 2005 a 2007, quando a "febre" da produção de etanol se alastrou pelo País.

 

Naquele tempo, conta Leme, havia tanta demanda que a Dedini passou a terceirizar parte de sua produção para atender às usinas que processam cana, e também para dar impulso à diversificação. "Entramos em novos mercados, como a fundição", recorda. "A ideia era crescer e diversificar nossa carteira de clientes."

 

Com a crise que abalou a economia, já em 2008 a Dedini passou a sentir retração de seus clientes, o que desembocou na redução drástica dos pedidos no ano passado.

 

Como a Dedini fornece de equipamentos a plantas completas, o esfriamento da economia com a crise global alcançou principalmente os investimentos de maior porte, muitos dos quais foram postergados ou cancelados. Resultado: queda expressiva do faturamento dos fornecedores do setor.

 

Segundo Sérgio Leme, outra causa da queda das vendas foi a mudança por que passou o setor sucroalcooleiro. "Esse setor passou a viver uma segunda onda de crescimento, que se seguiu à consolidação trazida pela euforia com o etanol produzido a partir da cana. A nova onda, que estamos vivendo atualmente, é de otimização dos ativos adquiridos, em busca de melhorar a margem de lucro."

 

Safra de cortes

 

Nesse segundo período, há retração das compras de equipamentos e soluções por parte das usinas, que estão voltadas principalmente a aumentar seus ganhos a partir do que já foi comprado. A situação teve impacto direto na Dedini, que viu reduzirem-se rapidamente suas vendas para seus principais clientes.

 

Com esse quadro, o grupo decidiu partir para uma reestruturação. Fez um corte profundo na terceirização da produção e reduziu em 10% seu quadro de pessoal - o que resultou na demissão de aproximadamente 500 pessoas.

 

Uma das consequências das demissões foi o protesto dos sindicatos, que se queixaram também de atrasos no pagamento dos salários. "Foi um problema localizado, que já está totalmente resolvido", garante Leme.

 

Feitos os ajustes, a Dedini voltou a crescer e aposta que conseguirá atender as usinas de açúcar e álcool na terceira onda do setor: "A próxima etapa, que não vai demorar, são os novos projetos, que começarão a produzir com grande potencial de crescimento", diz o presidente da empresa. "Uma das novidades que mais animam o setor é a utilização da água da cana. Cada tonelada do produto gera até 380 litros de água, que pode ser aproveitada no processo produtivo."

 

De olho na energia

 

Com essa perspectiva, e com o reaquecimento da economia, a Dedini assistiu à volta dos pedidos por parte dos clientes, e prevê um segundo semestre positivo. "O setor sucroalcooleiro vive uma perspectiva otimista, que também nos anima", afirma Leme. "E temos outras áreas de atuação que também são promissoras, o que fortalece nossas previsões de crescimento."

 

Uma das apostas da Dedini é o fornecimento de peças e equipamentos, por exemplo, para as hidroelétricas que estão em construção. Sérgio Leme afirma que o grupo tem uma fundição moderna, que fornece peças de até 38 toneladas para projetos como os das usinas Jirau e Santo Antonio, no Rio Madeira.

 

Há outros alvos para fornecimento de máquinas e equipamentos da Dedini, como os setores de petróleo e gás, química e siderurgia.

 

Para o setor sucroalcooleiro, que levou a família Dedini a formar o grupo há 87 anos em Piracicaba (São Paulo), os planos incluem o crescimento de vendas de usinas e destilarias completas, além de fábricas de açúcar.

 

Na energia, a companhia planeja tornar-se cada vez mais forte na fabricação e montagem de caldeiras de alta pressão para co-geração. Além disso, produz plantas completas para produção de biodiesel a partir de óleos vegetais ou gordura animal.

 

Além disso, com a marca Codistil, a Dedini fornece plantas completas para cervejarias.

 


Veículo: DCI


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