Depois de quase um século, a japonesa Matsushita está abandonando o nome de seus fundadores para fazer comércio sob a sua marca mais conhecida, a Panasonic, na esperança de que isso e de que US$ 11 bilhões vão levar a um crescimento econômico no exterior e ajudá-la a lutar contra as rivais Samsung Electronics e a Sony. A expansão no exterior é uma tarefa urgente para a Matsushita, que tem metade de suas receitas no Japão, onde a população está envelhecendo. A Sony, por exemplo, obtém mais de três quartos das vendas de fora do Japão, ajudada pela força da marca.
A Matsushita comercializa seus produtos no exterior sob a marca Panasonic, enquanto que em casa ela vende eletrodomésticos sob a marca nacional, dividindo a atenção do consumidor e a identidade dos empregados entre os três nomes da marca. "Vamos nos empenhar para não desperdiçar nem um minuto do nosso esforço e focar tudo na Panasonic", disse Fumio Ohtsubo. A mudança de marca para Panasonic com o objetivo de vender eletrodomésticos no Japão será finalizada até março de 2010.
A mudança de nome da Matsushita na quarta-feira vem meio século depois que a Tokyo Telecomunications Engineering foi rebatizada de Sony. O falecido Konosuke Matsushita começou sua companhia aos 23 anos quando transformou parte de sua casa alugada em uma oficina. A Matsushita acha agora que seu 90° aniversário é um bom momento para fazer a mudança de nome e promover a Panasonic como uma marca global. A Matsushita planeja lançar suas máquinas de lavar e refrigeradores na Europa até março, enfrentando marcas como a Electrolux.
A Matsushita, com dinheiro e com ativos de extrema liqüidez de US$ 10,9 bilhões, pode levar em consideração fusões e aquisições no exterior a fim de enfrentar rivais maiores e conduzir as vendas de eletrodomésticos, disse Kazuharu Miura, analista do Daiwa Institute of Research. "O mercado de eletrodomésticos pode parecer maduro, mas também é um mercado em que o lucro sobe à medida que você expande participação de mercado". O alvo ideal seria uma marca bem conhecida como a GE, segundo ele, embora não tenha qualquer conhecimento de interesse da Matsushita pelos negócios da General Electric. A GE disse em maio que pode vender ou desmembrar a sua unidade de eletrodomésticos e citou a chinesa Haier, a coreana LG, a mexicana Mabe, a turca Arcelik e a sueca Electrolux como potenciais ofertantes.
O diretor da Matsushita, Hitoshi Otsuki, disse a analistas que a companhia está aberta a fusões e aquisições no exterior a fim de fortalecer suas redes de distribuição, em vez da sua capacidade – um sinal de que alvos potenciais poderiam ser firmas pequenas e não listadas na bolsa.
Veículo: Gazeta Mercantil