Varejo já reforça estoques para a "maratona" do Natal

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Grandes redes do varejo brasileiro já planejam os estoques para garantir preços baixos e a entrega dos produtos para o Natal, época de ouro do comércio. Segundo apurou o DCI, até o final da Copa do Mundo da África do Sul, as negociações entre comércio e indústria devem se intensificar por conta da corrida dos varejistas pelos produtos que serão as vedetes do Natal de 2010.

 

A Lojas Berlanda, por exemplo, segundo Nilson Berlanda, proprietário e presidente da rede, já fez solicitação, este mês, à Caixa Econômica Federal para autorização da campanha de Natal. Isso porque todo o processo demora em torno de 60 a 90 dias. "Pensamos em uma campanha forte para o Natal. Nossa intenção é que, além de dobrar as vendas no período, como de costume, tenhamos um aumento 20% superior aos números do ano passado", afirma. A varejista de móveis e eletrodomésticos pretende premiar clientes com três casas mobiliadas e com automóvel na garagem. Nessa campanha, que começa a ser veiculada a partir de outubro, a empresa já investiu cerca de R$ 200 mil.

 

Para reforçar os estoques de produtos nas lojas, a negociação de compra de importados começa a partir do início de julho, a fim de garantir prazo de entrega. A empresa calcula que até o fim do ano serão gastos cerca de R$ 40 milhões para abastecer o estoque das lojas. A rede catarinense conta hoje com 124 lojas e projeta fechar o ano com 140 unidades.

 

A Cybelar também já se prepara para negociar com os fornecedores no próximo mês para abastecer as lojas antes da data e evitar falta de produtos ou preços altos, por exemplo. De acordo com o diretor da empresa, Ubirajara Pasquoto, as conversas devem acontecer logo depois do mundial de futebol. "Neste ano a procura está maior por itens da linha marrom [televisores e aparelhos de som, entre outros] e deve continuar assim, diferentemente do ano passado, quando havia a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados [IPI, para linha branca]", disse o executivo, sobre as apostas da rede para a data.

 

Decoração

 

Para antecipar as compras de artigos de decoração para o Natal, acontece, entre 19 e 22 deste mês, a Feira Internacional de Artigos e Decoração de Natal -Natal Show. No evento, 95 empresas do segmento estimam vender 80% de toda sua produção anual de artigos para o Natal.

 

Também são esperados 15 mil compradores: varejistas, importadores, decoradores, e prefeituras, como as de Salvador, São Paulo e Gramado. Segundo a gerente da feira, Lúcia Cristina de Buone, o evento é o principal momento das compras do setor. "A negociação começa aqui e, até o fim de setembro, as lojas já estão abastecidas e preparadas para o Natal", conta.

 

A Cromus, uma das expositoras da Natal Show, pretende negociar 70% do estoque de produtos para decoração natalina já neste mês. Para isso, a companhia conta com mais de 75 escritórios de representação pelo País e clientes como grandes atacadistas de produtos de decoração, empresas especializadas em decoração de shopping centers e lojistas da região da 25 de Março, centro de São Paulo.

 

Fernando Hachul, diretor comercial da Cromus, disse que pretende negociar com as grandes redes de supermercados para fornecer os produtos. "Grandes redes varejistas de supermercados importam produtos de decoração. Nós estamos em negociação com algumas delas."

 

Preço

 

Apesar do otimismo das redes, especialistas acreditam que as vendas do comércio neste ano devem ser menos aceleradas, por causa do juro mais alto - o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) elevou na última semana a taxa de juro para 10,25% - e do dólar mais alto, na comparação com o ano passado.

 

Para o professor do Programa de Administração do Varejo (Provar) Nuno Fouto, será nos últimos meses do ano que o bolso do consumidor ficará mais sensível às ações do governo para controlar a inflação. "Se subir mais, poderá frear o ímpeto do consumidor na hora de gastar."

 

A opinião do especialista é confirmada por empresários e executivos do varejo, como o diretor da Cybelar, Ubirajara Pasquoto. "Essas medidas desaceleram um pouco, mas o cenário mesmo só saberemos mais para a frente como será", disse ele, ao comentando que "já tinha uma pressão da indústria por alta dos preços, mas acho que elevar os juros foi um pouco precipitado".

 

Pasquoto acredita em ajustes entre 3% e 5% nos preços até dezembro. "De qualquer forma, é bem diferente dos 15% ou 20% de que estavam falando."

 

Veículo: DCI


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