Com R$ 1,1 bilhão em caixa, a Hypermarcas fará uma emissão pública de debêntures de R$ 500 milhões para captar mais recursos, dando pistas dos planos de crescimento da companhia. Se somados os lotes adicionais que a empresa poderá emitir, a oferta alcançará R$ 675 milhões.
O dinheiro será usado para o pagamento de um empréstimo de R$ 50 milhões e de aquisições de empresas como Neo Química, DM e Niasi. A entrada desses novos recursos por meio da venda dos papéis, porém, deixará o caixa da fabricante de medicamentos, produtos de higiene, de limpeza e de alimentos mais livre para os projetos de expansão.
Essa é a terceira oferta de debêntures que a Hypermarcas faz desde dezembro do ano passado, mas essa é a primeira vez que a companhia realiza uma oferta pública desse tipo de título. Nas duas vezes anteriores, a empresa levantou R$ 600 milhões.
As debêntures serão emitidas em três séries. A primeira delas vencerá em quatro anos e pagará, no máximo, o equivalente à taxa de Depósito Interbancário (DI) mais 1,9%. A segunda série, que vence em cinco anos, terá uma remuneração equivalente a DI mais 2,15%. Já a terceira série, com prazo de seis anos, será reajustada pelo IPCA e pagará a taxa máxima de 190 pontos-base mais a variação do título NTN-B com vencimento em 2015.
Todas as taxas ainda estão sujeitas ao processo de coleta de intenções de compra dos investidores, conhecido como "bookbuilding", que será feito no dia 21 de julho.
Entretanto, na ausência de compradores, das três séries ofertadas, os bancos coordenadores da oferta - Bradesco, Itaú BBA, Citibank e Santander - só vão garantir a aquisição daquelas atreladas ao DI. Além disso, as maiores garantias das instituições financeiras serão dadas à série mais curta, que vence em quatro anos.
Desde que abriu o capital em bolsa, em 2008, a companhia já aplicou cerca de R$ 5 bilhões na aquisição de empresas para formar um conglomerado de produção de bens de consumo.
A Hypermarcas encerrou o primeiro trimestre de 2010 com uma receita líquida de R$ 656 milhões, sendo que o maior volume de vendas veio da área de medicamentos, com 49%. Houve um crescimento de 71% na receita em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido foi de R$ 62,1 milhões, uma queda de 19% na comparação com igual período de 2009.
Veículo: Valor Econômico