Cresce consumo de produtos saudáveis

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Vendas no varejo saltaram de US$ 8,5 bi em 2004 para US$ 15,5 bi em 2009.


 
O mercado de alimentos saudáveis no Brasil (light, diet, fortificados, orgânicos, entre outros) cresceu 82% de 2004 a 2009, segundo um estudo sobre comidas e bebidas ligadas à saúde e bem-estar no país, elaborado pelo Euromonitor. De acordo com a pesquisa, as vendas no varejo saltaram de US$ 8,5 bilhões em 2004 para US$ 15,5 bilhões em 2009.

 

Os principais fatores que contribuíram para o aquecimento do setor foram o envelhecimento da população, o aumento do poder aquisitivo do brasileiro e a proliferação de doenças ligadas aos maus hábitos alimentares.

 

Conforme a projeção do Euromonitor, esse nicho de mercado deve crescer outros 39% até 2014 e movimentar US$ 21,5 bilhões no Brasil, sobretudo devido ao interesse de varejistas e indústrias por este ramo de atividade.

 

A mineira Nazinha Produtos Alimentícios Ltda, com sede no bairro Candelária, na região de Venda Nova, é, desde a fundação, há 25 anos, especializada na fabricação de biscoitos sem glúten, gordura trans e lactose.

 

De acordo com a diretora e engenheira de alimentos da empresa, Viviane Moutim Duarte, as vendas de produtos saudáveis cresceram nos últimos anos. Para 2010, a Nazinha prevê incremento de 20% nos negócios na comparação com 2009. Para alcançar a meta, estão previstos o lançamento de dois produtos.

 

Além disso, Viviane Duarte afirmou que, para atender à demanda prevista, a empresa vai reduzir a ociosidade da fábrica de 30% para 15% ainda neste ano. Atualmente, a fábrica, com 4 mil metros quadrados de área construída, produz 300 toneladas de sequilhos e 100 toneladas de biscoitos de polvilho por mês.

 

"A partir de pesquisas, entendemos que existia uma carência de produtos diferenciados no mercado, que fossem produzidos em prol da saúde dos consumidores. Os alimentos dessa linha geralmente são caros, voltados para as classes A e B. A Nazinha busca oferecer produtos de qualidade, com preço acessível, para que qualquer público possa comprá-lo", explicou.

 

A Nazinha está presente em Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás e Distrito Federal. O interior de Minas e o Espírito Santo detêm 60% das vendas. Diante da crescente demanda do setor, a Nazinha irá aumentar em 10% o quadro de funcionários. Hoje, a indústria emprega 120 colaboradores de forma direta e 480 de forma indireta.

 

Direcionamento - A Confrut - Distribuidora de Produtos Diet e Naturais, localizada na região de Venda Nova, também está focada nesse nicho de mercado. A empresa, especializada na distribuição de alimentos sem glúten, naturais, orgânicos e sem conservantes, tem como principais clientes escolas, supermercados e clubes de futebol (Cruzeiro, Atlético e Ipatinga).

 

De acordo com o sócio-proprietário da Confrut, Marco Antônio Campos Júnior, desde 2008 houve um crescimento substancial nas vendas. "As empresas perceberam a importância de servir a equipe com produtos saudáveis."

 

A Confrut distribui alimentos para a unidade da Petrobras em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) e, conforme Campos Júnior, a preocupação da estatal com a alimentação dos colaboradores está ainda mais evidente nos últimos anos.

 

Para Campos Júnior, o Projeto de Lei nº 3.898/07, aprovado em setembro do ano passado e que proíbe a venda de balas, refrigerantes, salgados fritos e maionese nas escolas, contribuiu para incrementar as vendas. "Desenvolvemos uma linha de salgados a base de soja para atender a essa determinação. A novidade tem agradado às escolas de Belo Horizonte."

 

Restaurantes - O setor de bares e restaurantes especializados em alimentação saudável também está satisfeito com os bons registros de vendas. A LPJ Comércio de Alimentos Ltda (Ligth Life) trabalha no segmento há 15 anos. No restaurante há uma nutricionista responsável por montar o cardápio. Todos os pratos são lights e as sobremesas são diets.

 

Além do restaurante, no local também há um empório, uma espécie de minimercearia, onde são vendidos alimentos e congelados sem glúten e sem lactose. O projeto faz parte da ampliação do local, há seis anos, quando foi construído um novo piso no restaurante.

 

De acordo com a proprietária, Maria Ernestina Cotta, o começo foi difícil. "As pessoas achavam que era somente um restaurante de comida diet, para um público específico: diabéticos. Com o passar do tempo, fomos ganhando adeptos, em sua maioria clientes de 18 a 40 anos", afirmou.

 

A proprietária tem notado o aumento do público masculino no restaurante. Para ela, a preocupação com a saúde hoje não escolhe mais classe social e idade, pelo contrário, todas as pessoas passaram, nos últimos cinco anos, a assumir uma postura diferente quando o assunto é alimentação. "E isso é o fôlego principal para o nosso negócio."

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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